CAPÍTULO #2 PESQUISA SAE BRASIL CAMINHOS DA TECNOLOGIA NO AGRONEGÓCIO VISÃO DO PARTICIPANTE 17 Conectividade difícil Uma das questões levantadas pela Pesquisa SAE BRASIL Caminhos da Tecnologia no Agronegócio é sobre as tendências que mais geram preocupação. A maior fatia das respostas, 40%, apontou a dificuldade de acesso à conectividade. É um resultado que está em linha com a questão anterior, onde mais de um terço dos respondentes apontou a agricultura de precisão como a principal necessidade. Cerca de 70% das propriedades rurais no País ainda não têm acesso à internet. Para diminuir essa defasagem nas conexões de banda larga surgiram, em 2019, duas associações que reuniram vários setores do setor industrial, de serviços, de tecnologia e do agronegócio. A Conectar Agro é formada por Grupo AGCO, Grupo CNH Industrial, Vivo, Tim, Nokia, Trimble, Yara, Climate Fieldview, AWS e Solinftec. E a Campo Conectado reúne a John Deere e a Claro. Essa mobilização das duas associações contribui para o avanço da infraestrutura de telecomunicação celular no campo. Nesse período de quatro anos foram implantadas antenas em cerca de 18 milhões de hectares. É um salto formidável: com essas iniciativas as empresas conseguiram levar conexão de banda larga para 23% da área total de grãos cultivada no País, hoje estimada em 78 milhões de hectares. Obsolescência: pecado ou virtude? Depois da conectividade, a tendência que mais preocupa é a rapidez na obsolescência das tecnologias. Do total das respostas, 28% apontaram esse problema. E aqui está um dos principais dilemas da vida moderna no campo. Há pouco tempo, a vida útil de um trator ou uma colheitadeira ainda era medida apenas pela resistência do motor ou das peças. O agronegócio brasileiro tem muito a avançar nesse terreno. Um estudo da Consultoria Cogo Inteligência revela que 72% das colheitadeiras têm mais de 11 anos de idade. Nos tratores, esse índice é de 68%. É possível um trator continuar funcionando bem até com o dobro dessa idade, dependendo das condições em que ele trabalha. O problema agora são as tecnologias que vão sendo incorporadas à máquina. Se não há a possibilidade de atualizações essas tecnologias correm o risco de inviabilizar o equipamento. Esta questão da obsolescência dialoga com a falta de conectividade e, também, com a falta de capacitação já demonstradas neste capítulo. De fato, é um grande desafio a ser enfrentado nos próximos anos. No gráfico abaixo as outras opções que podem trazer preocupação são a dificuldade na manutenção das máquinas agrícolas, para 23% dos respondentes, e a segurança nas máquinas autônomas, com 9%. Nesse último item, estão as dúvidas sobre o funcionamento dessas tecnologias. Até que ponto elas eliminam os riscos das operações?
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