CAPÍTULO #2 PESQUISA SAE BRASIL CAMINHOS DA TECNOLOGIA NO AGRONEGÓCIO VISÃO DO PARTICIPANTE 14 Agricultura de precisão, a maior necessidade Quando se mede as principais oportunidades que rondam o dia a dia do produtor, a que aparece em primeiro lugar é a agricultura de precisão. A questão elencou algumas tecnologias já bastante utilizadas como geoprocessamento, piloto automático dos equipamentos e aplicação por taxa variada. Esta opção representou um terço das respostas. Em segundo lugar, vêm a oportunidade de utilizar novas tecnologias como a eletrificação e maior utilização de biocombustíveis nos equipamentos agrícolas, com 27%. Na sequência, entra a linha das ferramentas de tecnologia digital e gestão do negócio, com 21%. As soluções para agricultura de pequena escala comparecem com 19% nesta questão. Se considerarmos que as ferramentas de tecnologia digital também podem ser enquadradas dentro do conceito mais amplo de agricultura de precisão, vemos que os dois itens somam 54% e correspondem ao setor do agro com maior demanda atualmente. Quando abrimos esse universo para ver que setores se interessaram mais pela agricultura de precisão, notamos que 34% das respostas vieram dos produtores e das cooperativas. Em segundo lugar, aparece a indústria de máquinas, implementos e distribuidores com 32%. Os fabricantes e provedores de equipamentos de tecnologia e serviços seguem no terceiro lugar com 18%. A agricultura de pequena escala, ou agricultura familiar, também é um segmento que mereceu atenção dos participantes da pesquisa. Mesmo sendo a menor opção dentre as possibilidades, com 19%, é relevante observar quem visualizou oportunidades na agricultura familiar. Dentro desse grupo, a maior parte das respostas veio do setor da indústria e de seus distribuidores. As entidades setoriais e academia também demostraram preocupação com este segmento da agricultura. A agricultura familiar vem perdendo terreno na produção total do agro brasileiro, mesmo assim ainda é um segmento relevante. Os dados dos Censos confirmam. Em 2006, o País contava 4,3 milhões de estabelecimentos rurais classificados como agricultura familiar. Esse número caiu para 3,8 milhões em 2017, o que sugere um movimento de concentração neste segmento familiar. O número de propriedades ainda é maior: 77% estão nas mãos dos pequenos. Mas eles respondem por apenas 23% da produção agropecuária e a renda caiu 10% entre 2006 e 2017.
RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=