BrazilAutomotiveGuide_2025

BAG FABRICANTES DE AUTOPEÇAS/SISTEMISTAS • AUTOPARTS/SYSTEMS MANUFACTURERS BRAZIL AUTOMTIVE GUIDE JAN 2025 | AUTODATA 91 que isso renderá mais projetos e demanda para as empresas aqui instaladas. Isto porque em um primeiro momento boa parte dos componentes virá importada e ainda está no ar a expectativa de que as duas fabricantes deverão trabalhar aqui com os mesmos fornecedores de seu país. É o que afirma Carlos Delich, presidente da ZF na América do Sul, ao contar que a empresa já fornece peças para as duas fabricantes na China: “Sabemos que elas trazem outros parceiros do mesmo país e que competem no nosso mercado em condições melhores do que as empresas locais. Isso prejudica todo o nosso ecossistema”. Alexandre Abage, CEO do Grupo ABG, defende que todos estejam sujeitos às mesmas regras do jogo para que a concorrência torne-se leal: “O Brasil é o segundo maior mercado para carros chineses e todas as empresas são bem-vindas desde que as condições de produção e venda sejam iguais”. Abage é a favor de medidas de proteção do setor automotivo contra a invasão de peças chinesas importadas: “Isto seria polêmico mas garantiria a igualdade de condições de produção e concorrência às novas montadoras, que podem contar com a capacidade de produção dos fornecedores locais”. Damian Stelzer, country manager da Bridgestone Brasil, reforça o coro ao ressaltar que Estados Unidos e Europa adotaram barreiras tarifárias para segurar o avanço chinês. E alertou que, com o início da gestão de Donald Trump este ano, as medidas protecionistas poderão afetar não apenas a China mas o Brasil também – com um maior ingresso de pneus uma vez que em outros mercados sua entrada é dificultada: “Nós não somos contra importar, mas buscamos ambiente de competição justa”. Este avanço da presença chinesa no segmento também põe em alerta a Continental. Tanto que o diretor da sua unidade de negócios de sistemas automotivos, Ricardo Rodrigues, acredita que as vendas devem ser inibidas pela concorrência com os importados. E o que mais o preocupa, assim como a Delich, da ZF, é que as empresas da China pensam no longo prazo, o que inclui trazer alguns dos seus parceiros para o Brasil assim que a produção de carros tiver início por aqui. Diante do cenário a Anfavea e o Sindipeças pleiteiam ao governo a recomposição imediata do imposto de importação de carros elétricos dos atuais 18% para 35%, o que, pelo cronograma oficial, só será alcançado em julho de 2026. Alegam que Estados Unidos, Canadá e Índia, por exemplo, têm 100% and demand for national suppliers. This feeling is a result of the fact that, in a beginning point, a large share of parts and components will be imported from China. There is also the belief that two manufacturers will use the same suppliers that serve them in their country. That’s the position of Carlos Delich, president of ZF in South America, in stating that his company already supplies parts to two manufacturers in China: “We know that they bring to the country suppliers from their own country, and that they compete in our market in better conditions that local suppliers. This is a threat to the whole ecosystem.” Alexandre Abage, CEO of the ABG Group, says every player should obey the same rules to create a fair play atmosphere: “Brazil is second largest market for Chinese products and all companies are welcome, provided the production and sales environment is the same for all players”. Abage is in favor of protection to the auto parts makers against the invasion of imported Chinese parts: “This could be controversial but would assure equal conditions for production and competitiveness to the new car manufacturers, as they could rely on the installed production capacity of local suppliers”. Damian Stelzer, country manager for Bridgestone Brasil, joins the choir and stresses that the United States and Europe have adopted tariff barriers to limit Chinese inroads in local markets. And warned that, once Donald Trump is inaugurated, American protectionist measures could affect not only China but Brazil as well, with an increased inflow of tires given that in other markets its entry faces barriers: “We are not against importing, but we seek a competitive environment”. This growth in the Chinese presence in the segment also rings the bell at Continental. So much so that Ricardo Rodrigues, director of the Automotive Systems Business Unit, believes that sales of imported items should be curtailed. His greatest concern, and likewise Delich from ZF, is that the Chinese companies aim for the long term, which includes bringing in some of their partners to Brazil once the Chinese start producing cars locally. Given the scenario, both Anfavea and Sindipeças are demanding that the government immediately raises import taxes for electric cars from the current level of 18% to 35%, what, as per the current calendar, would only happen in July 2026. They argue that United States, Canada and

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