BrazilAutomotiveGuide_2023

15 Janeiro/January 2023 | AutoData | Brazil Automtive Guide O dirigente pondera que isso deve ocorrer porque, apesar de a disponibilidade de semicondutores ter me- lhorado, à medida que os carros evoluem e a produção aumenta também cresce a demanda por chips. “O mesmo veículo que era produzido dois anos atrás hoje exige mui - to mais chips do que antes.” Em 2021 deixaram de ser produzidos no Brasil pouco mais de 350 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus em decorrência da escassez de semicondutores, enquanto que em 2022 o déficit girou em torno de 250 mil veículos. EM BUSCA DO CHIP NACIONAL Diante do cenário o governo ensaiou algumas inicia - tivas para estimular a produção local. Nenhuma delas, entretanto, saiu do papel. O Plano Nacional de Semicon- dutores, dedicado a reduzir a dependência externa, seria apresentado ao longo do ano passado, o que não foi for- malizado até dezembro. O então ministro da Economia, Paulo Guedes, havia assinado medida provisória com incentivos à fabricação de chips, mas até o fim do mandato o presidente da Re - pública, de saída, não a tinha validado. O tema ficou para a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Em setembro de 2022 representantes do governo e da Anfavea foram ao Japão para se encontrar com fabri - cantes globais de semicondutores e buscar atrair investi - mentos ao Brasil, com o objetivo de desenvolver a indús - tria local de chips. A intenção é aproveitar a estrutura da fábrica da Unitec em Ribeirão das Neves, MG, construída em 2012, que recebeu investimentos de R$ 1,2 bilhão para se tornar a maior produtora da América Latina, mas que nunca produziu um chip sequer. Embora esteja em recuperação judicial e tenha vendi - do algumas máquinas– a dívida supera R$ 600 milhões, referente a salários atrasados e custos trabalhistas –, o empreendimento ainda conserva sua infraestrutura. E, segundo Leite, o fato de a estrutura já existir economi - zaria algo como dois anos no processo de produção de chips, uma vez que uma fábrica do zero leva em torno de quatro anos para começar a fornecer. O BNDES detém um terço de participação acionária na Unitec, mesmo porcentual que o grupo argentino Cor - poración América. Compõem a sociedade, ainda, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, a Intecs e a Matec Engenharia. No contexto global, diante do cenário de inflação as - improved recently, the fact that products evolve, plus increased production levels “determine more chips will be required than before”. In 2021 a total of 350.000 vehicles were not produced, be it cars, light commercial vehicles, trucks and buses as a result of the lack of semiconductors, whereas in 2022 the deficit was 250 thousand vehicles. THE SEARCH FOR A DOMESTIC CHIP In face of the scenario, the federal government tried a few initiatives to encourage local production. None of them came to be. The National Semiconductor Plan, which aimed at reducing dependence on external sources, would be presented last year, which had not happened as late as December. Then-Minister of Economy, Paulo Guedes, had approved a document with incentives for the production of chips, but until the end of his term, the president of the Republic has not approved it. The issue was left for the Luis Inácio Lula da Silva administration. In September of 2022, representatives from both the government and Anfavea traveled to Japan to meet global manufacturers of semiconductors and tried to attract investors to Brazil, aiming at developing local production. The idea was to use the structure of a Unitec plant in Ribeirão das Neves, built in 2012, which received investments of R$ 1.2 billion intending to become the largest supplier in Latin America, but that has so far failed to produce one single semiconductor. Even though they are under special Judicial Recovery (equivalent to US Chapter 11) and despite selling some equipment - debt exceeds R$ 600 million, relative to salaries owed as well as other labor-related debts -, the enterprise still maintains the infrastructure. Moreover, according to Mr. Leite, the fact that the structure is in place would save something like two years in the whole process of getting ready to produce chips, given that a factory to be built from scratch would take something like four years to start producing. BNDES holds a third of Unitec’s stock, the same percentage as Argentine group Corporación América. Other shareholders include Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, Intecs and Matec Engenharia. Looking at the big picture, given the scenario of growing inflation, interest rates at a rather high level and an economic slowdown, it could be that there will be a surplus of semiconductors because of reduced demand