AutoData 30 Anos

99 2022 | Novembro | AutoData de autopeças na Argentina, iniciativa positiva não só para o país vizinho – que reivindicava a paridade de importações e exportações –, como também serviria tambémpara equilibrar a balança comercial no segmento de autopeças. O desequilíbrio da balança comercial reforçava a diferença dos países integrantes do bloco. Por possuir uma indústriamais forte o Brasil respondia por 70% do PIB do Mercosul, segundo dados do Ipea, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Como consequência as turbulências que sacodem as eco- nomias afetammuito mais os outros países do acordo de livre comércio. Apesar das oscilações e de eventuais discordâncias o setor automotivo do Mercosul é considerado bem estruturado. Di- retor de assuntos corporativos e de comunicação da Ford para a América do Sul Rogélio Golfarb celebrava: “Essa estrutura foi construída ao longo de vinte anos. Brasil e Argentina têmuma indústria automotiva que se complementa”. Bruno Risio Bath, então diretor do departamento do Mer- cosul no Ministério das Relações Exteriores, endossava este ponto de vista: “O bloco transformou-se numa das maiores plataformas de produção automotiva do mundo graças à ex- pansão do mercado interno, aos investimentos e à integração produtiva do setor que se estabeleceu nos países”. CENÁRIO INSTÁVEL O cenário das importações de veículos tem sido assim: um sobe e desce ao sabor da conjuntura econômica, das crises financeiras, de decisões governamentais nem sempre cer- teiras– o que abala o bolso do consumidor – e até de fatores imprevisíveis, como a pandemia de covid-19. Hoje as importações de veículos desceram a patamares abaixo dos registrados na primeira década dos anos 2000. Em 2019 foramemplacados 288mil 103 carros importados, segundo balanço da Anfavea e da Abeifa. No ano seguinte, já sob o es- pectro da pandemia, o número chegou a 203 mil 987. Em 2021 omercado apontou uma reação como emplacamento de 245 mil 646. Por enquanto o acumulado de janeiro a setembro de 2022 fechou em 160 mil 835, ou seja: uma tendência de ligeiro recuo em comparação ao ano passado. A montanha russa dos importados não para de se movi- mentar mas termina três décadas de história apontando para um declive.

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