AutoData 30 Anos

MERCADO IMPORTADOS 94 AutoData | Novembro | 2022 primeirametade dos anos 2000 houve uma queda acentuada: 72,1 mil em2003 e 59,6mil em2004, coma gradativa retomada em seguida. “De uma crise a outra a expectativa era que os preços dos carros baixariam, mas omercado sempremantinha uma curva de vendas interessante”, testemunha Vicente Alessi Filho, sócio da AutoData. INVASÃO CHINESA O ciclo de importações, cada vezmais consolidado, permitiu que alguns personagens diferentes passassema ser vistos nas ruas brasileiras commais frequência: os automóveis chineses. Os modelos tinham a má reputação de ser cópias descaradas de carros fabricados no Ocidente comqualidademuito inferior. A fama se justificava. Uma cena muito comum vista nos salões do automóvel internacionais, como o de Paris e Frank- furt, eram funcionárias de montadoras chinesas com réguas, máquinas fotográficas, papel e caneta em punho, coletando todos as minúcias possíveis dos lançamentos de outras mar- cas. As informações eram levadas às matrizes para que seus engenheiros ganhassem inspiração na hora de produzir seus próprios veículos. Os carros chineses começaram a invadir o Brasil. Vítimas de preconceito no primeiro momento – a exemplo do que havia acontecido anos antes com os sul-coreanos e, ainda an- tes, com os japoneses –, eles, aos poucos, ganharam adeptos, tendo como principal atrativo preços mais acessíveis e grande quantidade de equipamentos de série, só oferecidos por aqui em automóveis de nível superior. Representada no Brasil pelo empresário Sérgio Habib a JAC Motors ousou, em 2011, ao investir rios de dinheiro em publicidade no programa Domingão do Faustão, da TV Globo. Afinal, o âncora da atração, Fausto Silva, era uma figura muito popular nos meios de comunicação. Não demorou para a JAC se tornar bem conhecida do público e registrar boas vendas com o compacto J3. Emabril de 2009AutoDataanunciavaa chegadadoSUVChery Tiggo –totalmente diferente da linha Tiggo atual – commotor 2.0 e câmbio automático. Na ocasião o então CEO da importadora, Luís Curi, garantia que o mercado brasileiro era uma prioridade para a fabricante chinesa, que nemsequer imaginava se associar ao Grupo Caoa anos depois. Em seguida a Chery trouxe os sub- compactos QQ e Face, semdeixar boas lembranças. Abril de 2009 41 Abril 2009 | AutoData | IMPORTADOS George Guimarães gguimaraes@autodata.com.br A caminho Em junho chega ao mercado brasileiro o Tiggo, SUV da Chery. Além disso a fabricante chinesa, assegura sua importadora, já o  cializou plano de construir fábrica própria por aqui. Foto: Divulgação/Chery O s primeiros veículos chineses che- garam ao Brasil há três anos. Ainda são poucos, na maioria utilitários. Po- rém em mais dois meses essa história começa a mudar: não em quantidade mas em diversidade. Chega aos merca- dos do Sul e Sudeste o Chery Tiggo, SUV com motor 2.0 e câmbio mecâni- co, por R$ 49 mil. O modelo aporta por meio da Chery do Brasil, empresa constituída pelo Grupo JLJ, cuja sede em Salto, SP, que congrega nove empresas, a maioria do setor alimentício. Luís Curi, CEO da importadora, garante que esse é ape- nas o primeiro passo da terceira maior fabricante chinesa de veículos. Fábrica . Curi é taxativo: “O mercado brasileiro é prioridade para a Chery, que já aprovou oficialmente projeto de construção de uma fábrica aqui”. Em mais dois ou três anos, diz. O investi- mento será de US$ 500 milhões a US$ 700 milhões e a capacidade de 100 mil a 150 mil unidades/ano. Até que o projeto realmente saia do papel a Chery daqui venderá produtos importados diretamente da China ou do Uruguai, caso do próprio Tiggo, onde o grupo argentino Socma monta o modelo em regime CKD. De lá virá também, a partir de setembro, o Face, compacto com motor 1.3. Chegará jun- to com QQ3, motor de 1.1 litro. Nas versões mais completas, ante- cipa Curi, custarão, respectivamente, R$ 30 mil e R$ 24 mil. São valores que no mínimo farão o consumidor ponde- rar, em especial se o pacote de itens de série repitir o do Tiggo: duplo air bag, ABS/EDB, ar-condicionado, trio elétrico, MP3 com porta USB e rodas de liga leve, dentre outros. Versão 4x4 do SUV, com câmbio automático, deve chegar logo em seguida. 10 mil . Curi estima vender cerca de 2,5 mil veículos este ano e até 10 mil em 2010. Para tanto constitui rede de 25 revendas no Sul e Sudeste. “Todas de grupos que já trabalham no segmen- to.” Sabe bem o executivo das limita- ções de imagem de qualquer produto chinês mundo afora: “A Chery também sabe e por isso investe muito.” Talvez não por outro motivo os Chery terão três anos de garantia e serviço de socorro gratuito, e o Grupo JLJ invista, de acordo com Curi, US$ 35 milhões logo de cara. Afinal, para quem pretende disputar consumidores onde estão concentradas as vendas das marcas líderes só preço não basta. CHERY TIGGOsegueeeeeeeeeee.indd Sec1:41 24/4/2009 19:58:48

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