AutoData 30 Anos

93 2022 | Novembro | AutoData Abril de 2008 A importação de automóveis comqualidade superior emais tecnologia emcomparação aos veículos fabricados noBrasil, de certa forma, su- focou o setor que ainda vivia certa estagnação. A indústria brasileira fabricante de veículos leves limitava-se a três empresas: Volkswagen e Ford, que compunham a joint venture Autolatina, Fiat e General Motors. O setor só conseguiu se reerguer comuma série demedidas promovi- das pela Câmara Setorial Automotiva, a partir de 1992 (reportagemque você lê nesta edição). Apesar damontanha-russa provocada por novas resoluções governamentais, como a su- bida e a descida de impostos, e coma paulatina globalização dos planos das fabricantes, as importações de automóveis nuncamais foram interrompidas no País – nemmesmo quando a alíquota foi puxada de 20% para 70%, em março de 1995, para depois descer gradativa- mente nos anos seguintes a 65%, 60%, 45% e os atuais 35%, em 1999. Emumdessesmomentos as empresas apro- veitaram a valorização do real sobre o dólar e o acordo bilateral com o México para ganhar espaço no Brasil. Em abril de 2008 AudoDa- ta mostrava o otimismo da Volkswagen, que vislumbrava a possibilidade de elevar em 50% as importações com relação ao ano anterior. A empresa até criou uma divi- são premium para se dedicar ao nicho de automóveis de luxo, importando modelos como Passat Variant, Touareg e a nova Jetta Variant, que custava R$ 92 mil, valor considerado “pouco atraente” à época. O problema é que a crise financeira – que chegou no se- gundo semestre de 2008 –, provocada pela bolha imobiliária nos Estados Unidos, trouxe preocupação para as montadoras porque era esperado que a cotação do dólar superasse, veja só, os R$ 2. Mesmo assim as empresas mantiveram a expectativa de aumento de 10% nas importações. Os fabricantes diziam que “se o mercado não crescer o esperado em 2009, na pior das hipóteses, repetirá os resultados deste ano”. Em 2008 a previsão do mercado era de importar 400 mil veículos, superando o pico de 1995, que chegou a 364,7 mil. Na 37 Abril 2008 | AutoData | LANÇAMENTO C onsiderando a tendência de apre- ciaçãodo real ou, emhipótese razoá- vel, da taxa de câmbio manter patamar próximo a R$ 1,70, a Volkswagen pre- tende entregar 12 mil veículos impor- tados ao mercado nacional este ano – 50% acima do volume de 2007. Modelos produzidos no México, livres de imposto de importação, res- ponderão pelo maior volume. Mas ha- verá os genuinamente alemães, como o SUV Touareg. Momento. Gil Watanabe, gerente de importados, considera o momento “óti- ma oportunidade” para ganhar mer- cado no segmento: “As condições são favoráveis para elevarmos significati- vamente o volume com relação às 8 mil unidades vendidas no ano passado”. A VW pretende trazer para cá sua experiência de trabalhar com veículos de luxo em mercados europeus. Assim criou a divisão Premium, formada por equipe dedicada. Entende que a opera- ção nesse nicho de mercado é delicada e completamente diferente de vender car- ros mais baratos no mercado nacional: “O relacionamento no momento da compra, de atendimento das necessi- dades desse cliente, é distinto daquele comprador que leva Gol ou Parati. Já temos alguns espaços como o Volkswa- gen Hauss, em São Paulo, para atender a este tipo de cliente, e pretendemos aumentar a oferta”. Os modelos atendidos pela divisão Premium são os importados New Bee- tle, Passat, Passat Variant, Touareg, Jet- ta e a nova station wagon Jetta Variant. Feita no México para o mercado es- tadunidense a Jetta Variant chega para preencher lacuna no portfólio de pe- ruas VW, segundo Watanabe: “Ficará situada no espaço que vai do SpaceFox ao Passat Variant”. nos importados. VW: 50% de alta Por Leandro Alves leandro@autodata.com.br O preço sugerido, R$ 92 mil, não é o mais atraente do segmento, que tem como principais concorrentes Renault Grand Tour, Peugeot 307 SW e Toyota Corolla Fielder. Mas com o pacote de itens de série com seis air-bags, sis- temas de segurança ativa ABS, ASR e ESP, e outros mimos, e o eficiente conjunto de câmbio automático de seis marchas com motor 2.5 litros de cinco cilindros e 170 cv, espera atrair o consumidor: “Apostamos na relação custo-benefício de versão com muitos itens de série porque o consumidor desse segmento deseja um veículo bem equipado”. A Volkswagen lança a mexicana Jetta Variant, com a qual pretende crescer bastante no segmento de importados 3 mil. A VW pretende vender 3 mil Jetta Variant aqui este ano. O segmen- to, acima de R$ 80 mil a R$ 100 mil, segundo a montadora, está em ascen- são: foram 7,5 mil unidades vendidas em 2007 e sua expectativa é a de que 10 mil ganhem as ruas este ano. O pormenor está no espaço dispo- nível no porta-malas da nova station – um dos principais atributos desse segmento: com seus 505 litros é menor do que o da versão sedã do mesmo Jet- ta, que oferece 527 litros. Foto: Divulgação/Volkswagen AD 224 - JETTA.indd Sec1:37 28/3/2008 18:23:45

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