AutoData 30 Anos

INDÚSTRIA POLÍTICA SETORIAL 82 AutoData | Novembro | 2022 O assunto era quente e suscitava discussões. Tanto que o Congresso AutoData Perspectivas 2013 promoveu o primeiro debate público sobre o novo regime automotivo brasileiro, com a participação de Cledorvino Belini, Paulo Butori e FlávioMene- ghetti, respectivamente presidentes da Anfavea, do Sindipeças e da Fenabrave, além de Gílson Carvalho, vice-presidente da Anef, a associação das empresas financeiras das montadoras. Apesar de algumas discordâncias os participantes conside- rarampositivo o balanço do Inovar-Auto até aquelemomento. Belini disse que “emcinquenta anos é a primeira vez que temos uma política industrial a definir horizonte para o setor. Quem quiser participar do mercado será obrigado a investir”. Butori fez uma ressalva, ao defender que, a princípio, o setor de autopeças não foi tão contemplado pelo Inovar-Auto: “O go- verno sentiu o avanço dos importados e formulou política para que o investimento chegasse por meio de taxação adicional. Com a falta de competitividade no País colocou um muro e protegeu as empresas daqui e as que virão”. Pelo lado dos concessionários Meneghetti defendeu que, no curto prazo, o Inovar-Auto pouco interferia para o bolso do consumidor, até que as novas tecnologias fossem incorporadas ao processo produtivo, o que demoraria cerca de um ano e meio: “Obviamente isso tudo gerará umcarromais econômico, menos poluente e provavelmente um pouco mais caro, por acrescentar mais recursos e segurança”. 20 Março 2013 Eficiência Energética Desafio na mesa Reduzir o consumo de combustível para atingir metas estabelecidas pelo governo no Inovar-Auto é tema complexo, que movimenta toda a cadeia automotiva Texto Vinícius Romero . vinicius@autodata.com.br ©iStockphoto.com/rclassenlayouts AD 283 - Eficiência Energética.indd 20 04/03/2013 17:56:49 37 Setembro 2013 Inovar-Auto Agora no papel Portaria interministerial define pesquisa e desenvolvimento dentro do Inovar-Auto Texto Redação AutoData . redacaoad@autodata.com.br Quase um ano depois de sua apresentação, o Inovar-Auto ainda está às voltas com regulamentações. Uma das mais aguardadas e relevantes etapas do programa, no entan- to, já está no papel. Foi publicada no Diário Oficial da União, em 13 de agosto, a Portaria Inter- ministerial 772, que especifica as iniciativas que podem ser consideradas como investimento em pesquisa e desenvolvimento para o setor automotivo. O cumprimento do conteúdo do texto, assinado em conjunto pelos ministros do MDIC, Desenvol- vimento, Indústria e Comércio Exterior, e MCT, da Ciência, Tecnologia e Inovação, é essencial para a manutenção da habilitação das empresas ao regime automotivo. A norma estabelece quatro atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico de pro- duto e processo no País: pesquisa básica dirigida, pesquisa aplicada, desenvolvimento experimental e serviços de apoio técnico. Em pormenores, o texto abrange desde o primeiro passo até a execução dos projetos, incluída a capacitação dos recursos huma- nos necessários para isso. Todos os investimentos aplicados pelas empre- sas habilitadas ao Inovar-Auto entram nas contas de aporte em P&D. Uma das novidades é a definição de que estas podem ser promovidas, sob encomenda, também por fornecedores, universidades, institutos de pesquisa, empresas especializadas ou até “inven- tor independente”, desde que contratados formal- mente pela empresa habilitada. O governo definiu como desenvolvimento em en- genharia a “concepção de novo produto ou proces- so de fabricação”, bem como o aprimoramento de produtos ou processos já existentes visando a me- lhoria da competitividade. Tecnologia industrial bá- sica, segundo a portaria, é a aferição e calibração de máquinas e equipamentos, o projeto e a confecção de instrumentos, a certificação de conformidade e o patenteamento do produto, dentre outros. Os investimentos em treinamento de pessoal, no desenvolvimento de produtos, ferramental e moldes, na construção de laboratórios e também em capa- citação dos fornecedores são alguns dos itens acei- tos oficialmente como aportes em P&D dentro do Inovar-Auto. Aquelas habilitadas ao regime que não quiserem dispender diretamente quantias em desen- volvimento local – como no caso das importadoras de modelos de alto luxo, de baixo volume – há a op- ção de destinar recursos equivalentes para o FNDCT, Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. ©iStockphoto.com/anaken2012 AD 289 - Inovação.indd 37 27/08/2013 22:49:15 48 Novembro 2013 Inovar-Auto Primeiros frutos Ainda há muito por vir. Mas o Inovar-Auto apresenta resultados práticos, com maior autonomia das montadoras e produção local de peças antes importadas. Texto Redação AutoData . redacaoad@autodata.com.br Mais independência com relação às matrizes, com desenvolvimento lo- cal de componentes antes projetados lá fora, é uma das mudanças já em curso provocada pelo Inovar-Auto nas montadoras. Assim como o início de operação, ainda este ano, de novas linhas para a produção de componentes que contribuem para a redução do consumo de combustível. A divulgação de ações já adotadas na indústria e o anúncio de projetos em fase de aprovação mar- caram as palestras e os debates do Congresso SAE Brasil 2013, realizado de 7 a 9 de outubro em São Paulo. Exatamente quando completava um ano o Inovar-Auto foi a grande vedete do encontro, que também expôs algumas pendências do novo regime, como a falta de incentivos para a base fornecedora e a carência de engenheiros para fazer frente às exi- gências a serem cumpridas até 2017. Mas ficou claro que o setor já colhe os primei- ros frutos do Inovar-Auto. Sistemistas admitiram, ©iStockphoto.com/SeanShot AD 291 - SAE.indd 48 30/10/2013 15:48:02 Março de 2013 Setembro de 2013 Novembro de 2013

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