AutoData 30 Anos

79 2022 | Novembro | AutoData Março de 2008 protegido setor nacional, como não poderia deixar de ser: “Trata-se de um grande passo para a nossa indústria, por oferecer um hori- zonte mais de longo prazo. A tendência é de que, no futuro, as empresas venham a pagar menos royalties, pois o novo regime instiga a inovação e o desenvolvimento tecnológico brasileiro”, acreditava o então presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, ferrenho defensor do Inovar-Auto, em reportagem de AutoData em abril de 2012. Uma das ideias do Inovar-Auto consistia cla- ramente emproteger a indústria estabelecida no Brasil. Ficou decidido que a continuidade do aumento de 30 pontos porcentuais no IPI dos modelos que não atendiamao regime – antes com término previsto para dezembro daquele ano – para mais cinco anos. Estariam livres do super IPI apenas as empresas que produziam e que pretendiam produzir no País. Outramedida dizia respeito àmudança de critérios do conteúdo nacional para receber os benefícios do novo regime. O porcentual míni- mo, em vigor a partir de janeiro de 2013, seria de 55% emtroca desconto dos 30 pontos no IPI. REQUISITOS O programa era complexo, mas, em linhas gerais, as mon- tadoras deveriam cumprir ao menos dois de três requisitos exigidos pelo governo, enumerados por AutoData: • Investimento empesquisa e desenvolvimento em índices mínimos sobre o faturamento – de 0,15% em 2013 até 0,5% em 2017 e 2017; • Adesão ao programa de etiquetagemveicular do Inmetro, de 36% da gama comercializada no País em 2013 a 100% em 2017; e • Investimentos, também em índices sobre faturamento, emengenharia, tecnologia industrial básica e capacidade de fornecedores no seguinte cronograma: 0,5% em 2013, 0,75% em 2014 e 1% de 2015 a 2017. Foi forte a grita de algumas empresas que se sentirampre- judicadas comasmedidas. Os responsáveis pela importação de 48 Março 2008 | AutoData | POLÍTICA SETORIAL D iante do surpreendente aumento das vendas de veículos neste iní­ cio de ano há quem tema pelo futuro do PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, automotivo. Afinal, por que incentivar um mercado que não pára de crescer? Só que é justamente esta demanda aquecida que justifi­ caria, na avaliação de empresários e trabalhadores, a definição urgente de uma política industrial para o setor. Os argumentos em defesa dessa tese são diferentes. Mas tanto o presidente do Sindipeças, Paulo Butori, como o presidente do Sindicato dos Metalúrgi­ cos do ABC, José Lopes Feijóo, consi­ deram oportuno aproveitar o momento para aprofundar este debate. Para Bu­ tori o PAC deve ser acelerado porque as empresas estão segurando investimen­ tos diante da expectativa de sair uma nova política industrial para o setor. Na sua avaliação, isto amplia o risco de desabastecimento caso a oferta não acompanhe a demanda. A hora é agora Por Alzira Rodrigues redacaoad@autodata.com.br No aguardo. “Quem está pensando em investir em projetos de grande por­ te, como em ampliação, prefere aguar­ dar”, reforça Butori. “Vários fabrican­ tes têm feito contato com o Sindipeças para saber sobre as medidas a serem adotadas e em qual prazo, mas não te­ mos como dar informações precisas.” Apesar de também não ter porme­ nores quanto à posição atual do gover­ no com relação ao PAC automotivo Fei­ jóo torce para que o projeto seja levado adiante. “Fui o primeiro a questionar os acor­ dos emergenciais feitos em períodos de crise”, lembra o sindicalista. “Sempre defendemos uma política de longo pra­ zo com contrapartidas sociais.” Para o Sindicato do ABC o nível de produção atingido pela indústria auto­ motiva, na casa dos 3 milhões de ve­ ículos, é de grande relevância para o Brasil, que hoje já se destaca no cenário automotivo da América Latina: “Mas se quisermos estar junto com grandes fa­ Foto:Divulgação/General Motors AD 223 - politica setorial seggggg.indd 48 29/10/2022 15:07:01

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