AutoData 30 Anos

63 2022 | Novembro | AutoData Já a Freios Varga foi vendida em 1997 para a inglesa Lucas Varity – mais tarde TRWe hoje ZF –, emnegócio que também foi explicado por Alessi Filho na edição 99 de Autodata. O movimento de consolidação inverteu os números do setor de autopeças no Brasil, que até o início dos anos 1990 tinha cerca de 70% do capital nacional e hoje é mais de 70% internacional. No novo cenário da indústria automotiva poucos empresários brasileiros conseguiram traçar estratégias para seguir vivos sem parcerias estrangeiras. A VEZ DA GLOBALIZAÇÃO Na sequência da chegada das fornecedoras multinacionais outromovimentomundial co- meçou a ser percebido no País: a globalização, por meio do qual as montadoras buscavam componentes compreços menores, indepen- dentemente do local onde fossemproduzidos. Parafusos da Tailândia, peças plásticas da Índia, chicotes elétricos da Ucrânia, semicondu- tores de Taiwan. Não importa o país de origem: os componentes, emmuitos casos, chegavam montados e prontos para serem instalados nos veículos. A nova forma de trabalhar foi o golpe de morte em boa parte das pequenas empresas nacionais de autopeças. Sobre as concequências da globalização, ainda na edição 63, Vicente Alessi Filho escreveu: “Bomoumau? Uma das questões sobre as quais a interrogação desaba, do ponto de vista dos fornecedores de autopeças, é a social. A tendência indica uma inclinação para ummenor número de empresas, trabalhando enxutas – commenos funcionários, portanto. É inevitável, assim, que trabalhadores qualificados adensemas estatísticas sobre a mão de obra disponível, neologismo para desemprego e, mais antigamente, para exército industrial de reserva”. Alessi Filho termina destacando a opinião do então presi- dente do Sindipeças, Paulo Butori: ele acreditava que somente após alguns anos seria possível analisar a qualidade social da globalização, uma vez que a questão do preço, o principal desafio que o processo procurava solucionar, deveria ser conseguida. Maio de 1995