AutoData 30 Anos

INDÚSTRIA AUTOPEÇAS 58 AutoData | Novembro | 2022 empresas teriam de passar, também, pelos controles internos da própria montadora, que seriammais rígidos, até, que os da norma internacional. A Ford não foi a única, obviamente, a aprimorar seus padrões de qualidade junto aos fornecedores. Na edição seguinte, 49, S Stéfani adiantou os planos da Volkswagen, que acabara de enfrentar o processo de separação da Ford, após o fimda Auto- latina, em 1995. Foi a fase do “mudar ou morrer”, como definiu Pierre-Alain de Smedt, então presidente da empresa. Oplanejamento previa a construção de uma nova fábrica de caminhões e ônibus emResende, RJ, novos veículos comerciais pesados, uma nova unidade para produzir uma nova família de motores, a modernização do Gol e da Kombi e uma série de novos automóveis. Para tanto seriam investidos US$ 2,5 bilhões até o fim daquela década. A enorme estrutura da fábrica Anchieta, emSão Bernardo do Campo, antes vista como símbolo da política desenvolvimentista do País, passou a ser um grande obstáculo aos novos planos para tornar a empresa mais enxuta, ágil e rentável. A solução era fatiar a planta, transformando-a em diversas unidades de negócio, com administração independente, tendo o setor se- guinte no processo industrial como cliente. Oplano, adiantou Stéfani, poderia funcionar desde que todos estivessem conscientes de que fariam parte de uma mesma equipe, cujo objetivo era superar um concorrente externo. Na prática o plano não se diferenciava daquilo que a empresa já enfrentava, então, com seus fornecedores externos, os quais, de acordo comDe Smedt, reagiram de diferentes maneiras às novas regras. Houve umgrupo que não acreditou no crescimento domer- cado e, portanto, não se preparou para isso, e acabou ficando sem ter como atender à demanda. Outros fornecedores até acreditavam no crescimento mas não investiram por absoluta falta de capital, e também ficaram sem ter como aumentar a produção. Um terceiro grupo de empresas da cadeia acreditou e investiu, mas esqueceu demelhorar a produtividade e a qua- lidade, não passou nos critérios. Houve ainda quemacreditou, investiu e possuía capacidade gerencial, mas, emcompensação, desejava praticarmargens de lucro insustentáveis com o novo cenário, assim também aca- baramperdendo contratos. Por fimumgrupo de fornecedores seguiu a cartilha e algumas empresas acabaram se tornando

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=