AutoData 30 Anos

48 AutoData | Novembro | 2022 INDÚSTRIA POLÍTICA SETORIAL saltando de 26,7% no primeiro ano do programa para 40% em 1994, índice que seguiu avançando mesmo com o fim da isenção do IPI, em 1995. No fim dos anos 1990 os populares 1.0 respondiam por 70% dos carros novos vendidos no Brasil. As boas notícias não se limitavam à indústria, embora es- tivessem relacionadas a ela. Na edição 19, de outubro de 1993, além celebrar o seu primeiro aniversário AutoData trazia en- cartado o primeiro Caderno Especial Lançamentos, dedicado exclusivamente aos novos produtos que chegavamaomercado. “Tudo está acontecendo tão rápido que muita gente pode ainda nem ter percebido que há uma verdadeira revolução em curso no Brasil. Uma revolução industrial e administrativa que está tendo o poder de mudar o patamar tecnológico do País”, celebrou o editorial do caderno, que seguiu para o presságio: “É, para nós de AutoData, uma deliciosa oportunidade de, no mínimo, fazer o registro, para a História, da forma e da época em que o Brasil ingressou na fase da Terceira Revolução Industrial e conseguiu, com isto, gerar ilhas de eficiência comcapacidade para registrar índices de qualidade e de competitividade que nada ficama dever às vigentes no chamado Primeiro Mundo”. Ainda assim a Câmara Setorial do Setor Automotivo foi perdendo fôlego a partir de 1994, vítima da troca de ataques de integrantes da área econômica do governo Itamar, dos interesses sobre as alíquotas de importação de veículos, dos esforços pela estabilização da economia por causa do Plano Real e, como se não bastasse, das disputas provocadas pela campanha presidencial daquele ano. Em 1995, no terceiro e último acordo da então já enfraqueci- da Câmara Automotiva, foi proposto o aumento da alíquota de importação de veículos, que passou de 20%para 32%. Mas o novo governo só esqueceu de combinar com os demais parceiros do Mercosul, que se mostraram contrariados com a proposta. ENFIM UM REGIME AUTOMOTIVO O novo presidente Fernando Henrique Cardoso já havia dito ser favorável a medidas restritivas a fim de “acabar com a farra dos importados”, referindo-se ao risco de que supostos 500 mil veículos seriam importados para o País em 1995. Em março daquele ano a alíquota foi catapultada dos já criticados 32% para bemmais pesados 70%, paralisando o mercado. Diante da reação negativa – inclusive das montadoras que eram as responsáveis pela maior parte dos modelos trazidos Março de 1993 Especial Lançamentos, 1993

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