AutoData 30 Anos

46 AutoData | Novembro | 2022 INDÚSTRIA POLÍTICA SETORIAL Regime de engorda O s acordos da Câmara Setorial Automotiva criaram um novo e muito maior mercado de veículos no País, aomesmo tempo emque impuseramgran- des mudanças no período de 1992 a 1994. Para além da retomada das vendas, com carros mais acessíveis, uma vigorosamodernização dos sistemas produtivos foi posta emprática. Para os trabalhadores houve recuperação dos salários e grande evolução nas relações com os emprega- dores, além de estabilidade no emprego. Mas talvez o resultado mais importante dos acordos tenha sido a melhora no ânimo e a dissipação das nuvens que enco- briama visão do futuro econômico e político no País na época, no fim do governo daquele a quem não citamos e início do período Itamar Franco. Mas nem tudo eram flores no cenário, e o texto principal da edição número 4 de AutoData estampou: “Montadoras já preparam novos modelos 1.0”, de olho no novo estímulo que estava sendo preparado, a quase isenção de impostos para os chamados carros populares, equipados com fracosmotorzinhos de 1 litro – que, vale recordar, não contavam com aprovação unânime no setor. “A ideia de produzir veículos populares sempre foi muito impopular no meio da indústria. Alguns dos seus executivos confessam ter urticária só de ouvir falar nisso. Afinal, carrosmais baratos gerammenor rentabilidade”, relata o texto. Mais adiante a crítica foi direta: “Se para a Fiat o Mille foi um grande negócio, e excelente oportunidade, pois ela tinha o motor pronto e investiu pouco em acertos e adaptações, para GM e Autolatina o motor abaixo de 1 mil cm³ significou Após os acordos da Câmara Setorial a indústria ganhou novo fôlego com a oferta de carros mais baratos, enquanto o Regime Automotivo incentivou a vinda de novas montadoras que trouxerammodernidade e mais competição ao setor Por Wilson Toume

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