AutoData 30 Anos

35 2022 | Novembro | AutoData ladas no País: Fiat, General Motors e Autolatina, que reuni as operações de Ford e Volkswagen no Brasil e na Argentina. Para se ter ideia de quanto a situação era decadente basta lembrar que a projeção do setor indicava vendas de somente 500 mil veículos no mercado interno em 1992 – redução drás- tica sobre os 771 mil comercializados um ano antes. Ou seja: em todo aquele ano não seria vendido o número alcançado nos primeiros quatromeses deste 2022, 510,8mil unidades. As exportações não haviam superado 200mil no período 1991-92. A produção de 1 milhão de veículos alcança- da em 1989 havia recuado para 960mil em 1991, quando o Brasil caiu da nona para a décima- -segunda colocação no ranking mundial de fabricantes de automóveis – atrás da China, que ocupava a décima-primeira posição na época. SOLUÇÃO INÉDITA Diante do cenário insustentável e após três meses de negociações foi organizada a câmara setorial do complexo automotivo, uma nego- ciação inédita costurada com a indústria de veículos e de autopeças, seus trabalhadores e distribuidores, bem como o governo, que es- tabeleceu estímulos para reanimar omercado quasemorto, incluindo reduções demargens, preços e tributação, mecanismos de financia- mento e acordos trabalhistas com reajustes salariais. Os acordos resultantes da câmara promo- veram impactos significativos na indústria au- tomotiva no período de 1992 a 1994 e criaram as condições para a retomada das vendas, a modernização dos processos produtivos, a evo- lução nas relações trabalhistas, a recuperação dos salários e a estabilidade de emprego. “Trata-se de saber se queremos ou não uma indústria automobilística no País”, afirmou DorothéaWerneck, então secretária de política econômica do Ministério da Fazen- da, e futura ministra da Indústria e Comércio, na abertura dos trabalhos da câmara setorial. “Os níveis de produção eram insuportáveis, muitas empresas de pequeno porte faliram ou foram vendidas”, recorda Paulo Edição nº 1 de AutoData