AutoData 30 Anos

SETOR AUTOMOTIVO RENASCIMENTO 34 AutoData | Novembro | 2022 Em guinada para o crescimento todos fizeram suas apostas E mmarço de 1992 o Brasil vivia uma época turbulenta, após o fiasco de dois planos econômicos operados pela equipe do governo da época, o primeiro eleito pelo voto popular após o fim da ditadura. Os Planos Collor I e II, seguidos pelo Plano Marcílio – referência ao ministro da Fazenda da época, Marcílio Marques Moreira, que sucedeu a Zélia Cardoso de Mello – foram desastrosos. A economia não dava sinais demelhora, com inflação superando a marca de 500% no período de doze meses. Neste cenário a indústria automobilística definhava. O setor passava por um dos períodos de mais baixa pro- dutividade de sua história, as vendas caíam a níveis cada vez menores e os produtos nacionais tinham enorme defasagem tecnológica, evidenciada pela liberação das importações de veículos, suspensas desde os anos 1970. Os importados chega- vam com larga vantagem na comparação com as “carroças” produzidas por aqui, como bemdefiniu o inominável presidente do País na época. O atraso tecnológico – não só na tecnologia embarcada nos veículos, mas também naqueles processos necessários para produzi-los – teve origemna política protecionista dos governos militares, que manteve o País fechado às importações com o intuito de proteger a indústria nacional, o que na prática im- pediu o desenvolvimento do setor. E tudo com o beneplácito dos empresários da época, até que, por falta de mercado, a rentabilidade caísse a níveis considerados insuportáveis. Como resultado de tanta proteção tinham restado apenas três grandes fabricantes de quatro marcas de veículos insta- Por Wilson Toume A Câmara Setorial Automotiva de 1992 estabeleceu as condições para a expansão da indústria automotiva no País e AutoData nasceu acompanhando as mudanças - e cresceu com elas

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