AutoData 30 Anos

145 2022 | Novembro | AutoData A indústria brasileira de autopeças, assim como muitos outros setores, aprendeu a lidar com adversidades e a estar sempre pronta para seguir emfrente. Mesmo diante da pior crise de nossa história, de 2014 a 2016, e da parada brusca provocada pela pandemia de covid-19, que desorganizou o fornecimento mundial, nunca fomos gargalo para nenhum de nossos clientes: fabricantes de ve- ículos, mercado de reposição e exportações. Emmuitos fóruns promovi- dos pelo Sindipeças estimula- mos a reflexão de nossos qui- nhentos associados sobre os caminhos damobilidademun- dial e o que deve ser feito para que nossas empresas tenham perenidade e espaço nas cadeias globais de valor. Atualmente o tema de maior impacto é a imprescindível busca pela redução das emissões de carbono. Equivoca- damente, a eletrificação temsido considerada por muitos a única opção. Preparados para o futuro Cláudio Sahad é presidente do Sindipeças, Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, e da Abipeças, Associação Brasileira da Indústria de Autopeças Apresentamos os seguintes pontos: 1) A eletrificação é uma das rotas tecnoló- gicas que atendemao objetivomaior da descarbonização, mas não a única. Há outras, que coexistirão, sendo aplicadas emmaior oumenor intensidade emcada região do mundo, conforme os recursos e as vantagens competitivas nelas exis- tentes. Nesse sentido o etanol e a tecno- logia flex, desenvolvida pela engenharia brasileira, não podem simplesmente ser desconsiderados. Ao contrário. 2) OBrasil temopções de energia limpa que outros lugares não têm: sol o ano todo, vento unidirecional, rios emabundância, com muitas quedas d’água, o etanol e os biocombustíveis. Isso nos credencia a participar de todas as rotas tecnológi- cas que visamà descarbonização, desde a produção de energia limpa, tão rele- vante quando as próprias emissões dos motores. Muitos países não possuem esse leque de opções e são praticamen- te compelidos à eletrificação, inclusive aqueles que não produzemenergia lim- pa como aqui. 3) Também temos a possibilidade de nos tornarmos centro produtor e fornece- dor mundial de motores e veículos a combustão, bem como de seus com- ponentes. Sabemos que a legislação, emmuitos países da Europa e Ásia, está fechando as portas para a produção des- ses veículos e o Brasil pode se candidatar a fornecê-los para o mundo que ainda vai precisar deles. Afinal, como afir- mou o representante da Toyota, em palestra no 3º Encontro da Indústria de Autopeças, even- to promovido pelo Sindipeças em junho de 2022, “o inimigo é o carbono, não o motor a combustão”. Pelas razões acima entende- mos que o futuro da indústria au- tomotiva brasileira pode ser muito promissor. Precisamos estar atentos e participar ativamente dessa discussão tão re- levante. O Sindipeças seguirá acompanhando e trabalhando pelas melhores decisões para a mobilidade brasileira. D i v u l g a ç ã o / S i n d i p e ç a s ARTIGO CLÁUDIO SAHAD

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