AutoData 30 Anos

MERCADO EVOLUÇÃO 144 AutoData | Novembro | 2022 uma frota de transporte público composta por 20% veículos elétricos, ou 2,6 mil unidades. E recentemente a SPTrans, que faz o gerenciamento do transporte municipal, radicalizou a proposta ao proibir a aquisição de novos ônibus a diesel pelas operadoras da cidade. Para atender a esta nova demanda crescente a chinesa BYD já monta chassis elétricos em Campinas, SP, desde 2017, e assinou protocolo de intenções produzir estes modelos em nova fábrica emCamaçari, BA, a partir de 2023. Já a Mercedes- -Benz faz os últimos ajustes em sua planta de São Bernardo do Campo, SP, para começar a fabricar chassis elétricos para ônibus urbanos. Já a Scania reforça sua aposta no gás, com a produção de um chassi desde 2021. O esforço das fabricantes de ônibus agora é retomar ao máximo o ritmo de vendas que, ao longo de três décadas, alcançou o ápice em 2011, com 34,5 mil chassis vendidos. No ano passado o patamar chegou a 15 mil e a previsão é atingir cerca de 20 mil em 2022. NO PISO, COM DIFICULDADES Nos últimos dois anos o mercado nacional de veículos foi limitado pela falta de componentes, especialmente semicon- dutores, que paralisou linhas das fábricas, provocou falta de produtos e segurou as vendas no piso situado na casa de 2 mi- lhões de unidades/ano, com todos os segmentos, automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, afetados pela produção abaixo da demanda. Apesar de todas as dificuldades com a pandemia em 2020 e a falta de componentes nos dois anos seguintes, o piso atual do mercado brasileiro de veículos é três vezes maior do que o registrado em 1992, no começo desta história. Foi uma evolu- ção acentuada, mas commuitos obstáculos que provocaram quedas bruscas após ciclos de grande prosperidade. O Brasil tornou-se o quarto maior mercado automotivo do mundo ao fim da primeira década dos anos 2000, posição que foi sustentada até 2014 e, desde então, vem descendo degraus e baixou ao oitavo lugar em 2021. A história dessa corrida com barreiras, registrada nas pági- nas de AutoData, mostra que a indústria automotiva brasileira tem potencial para ser maior do que é mas precisa planejar o caminho para se reencontrar com o crescimento, como aconteceu há trinta anos. Outubro de 2019 Março de 2020 62 Outubro 2019 | AutoData PersPectivas 2020 » veículos leves Por Marcos Rozen Aposta segura Na média as projeções para 2020 das fabricantes de veículos leves apontam alta de 6% nas vendas no País. Mas o fator Argentina pode embolar as contas. 45% das vendas totais, enquanto que em 2018, nesta altura do campeonato, eram 41,5% e chegaram no acumulado até de- zembro a 43%. Esclarecendo, para a Fenabrave venda direta é toda aquela na qual na nota fis - cal consta como emissor o CNPJ de uma fabricante de veículos e não da conces- sionária. Estes casos se aplicam desde vendas de baciada para grandes frotistas como locadoras até uma única unidade comercializada para taxistas, produtores rurais, PCDs e outros. O quadro é mais impactante quando se avalia quanto cada segmento cresceu. No total de 2018, para um avanço de 13,7% das vendas totais de leves no País ante 2017, o varejo cresceu 8,1% enquanto as vendas diretas avançaram 22%. E em 2019, no acumulado até agosto, para ummerca- S e alguém quiser cravar uma aposta segura para o mercado interno de veículos leves – automóveis e co- merciais – no Brasil em 2020 pode anotar um número: 6% de crescimento. Arredondando essa é amédia de proje- ções dos executivos líderes das fabrican- tes do segmento ouvidos por AutoData para esta edição especial de Perspectivas. Ninguémacredita emqueda de vendas no mercado brasileiro em 2020 ante 2019. Mas também não houve um executivo sequer a projetar crescimento muito re- presentativo, de dois dígitos gordinhos. É bem verdade que não custa nada, também, dar um certo desconto: é com- portamento tradicional dos executivos da indústria praticar o conservadorismo na hora de fazer projeções – não se pode negar que é sempre melhor errar para menos do que para mais. Há outro ponto em comum: assim como aconteceu no ano passado uma boa parte dos executivos vê para suas próprias empresas tendência de resultado acima do mercado para o próximo exercí- cio. Neste 2019 é o caso de Caoa Chery, FCA, Nissan, Renault e Volkswagen. As únicas que estimam crescer abaixo do mercado no ano que vem são Honda e Hyundai, ambas por razão muito seme- lhante – já estão no limite de sua capaci- dade produtiva no País e, por isso mesmo, têm menos interesse em participar com maior afinco do segmento de vendas di - retas, dando maior atenção ao varejo. Neste ano, segundo a Fenabrave, as vendas diretas representaram até agosto Caoa Chery Alta inferior a 10% Fiat Chrysler 5% Ford 9% a 11% General Motors 6,4% Honda Alta de um dígito Hyundai 3% Nissan 9% a 10% Renault 5% a 10% Toyota 4% Volkswagen 5% a 6% MÉDIA 6% Projeções de mercado total para 2020 AD 360 - P_Leves.indd 62 02/10/2019 15:55:51 48 Março 2020 | AutoData Montadoras » Pesados Por Caio Bednarski Volvo: mais R$ 1 bi no Brasil até 2023. Mercado de caminhões em alta anima a Volvo e outras empresas do setor, como a Scania AD 364 - Montadoras.indd 48 04/03/2020 17:56:16

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