AutoData 30 Anos

143 2022 | Novembro | AutoData as matrizes enviavamos modelos para cá. Era uma defasagem de dez anos. No caso dos caminhões essa diferença era de, no máximo, dois anos. Agora nossos produtos estão alinhados ao que é oferecido no resto do mundo. Para se ter ideia a Scania abastece alguns mercados europeus com veículos feitos em São Bernardo do Campo”. No segmento de leves os caminhões elétricos estão avan- çando rapidamente para atender ao transporte urbano de cargas, onde este tipo de veículo encontra maior viabilidade econômica. Para Stéfani esta será a destinação prioritária dos caminhões movidos a bateria: “Na Europa a viabilidade do caminhão elétrico é mais fácil, porque as viagens são de, no máximo, 700 quilômetros. OBrasil temdimensões continentais e esse tipo de veículo será mais útil para o transporte urbano, uma demanda já existente nas grandes cidades”. A Volkswagen Caminhões e Ônibus concorda com esta tendência e foi a primeira fabricante a projetar e produzir um veículo elétrico no País, o caminhão e-Delivery, em produção comercial desde 2021. A FORÇA DOS ÔNIBUS O Brasil desenvolveu uma das maiores indústrias de ônibus do mundo, que se preparou para crescer bem mais do que cresceu nas últimas décadas. Em agosto de 2013 AutoData tratou do bom momento dos fabricantes de carrocerias, que tinham 80% da sua capacidade instalada ocupada e anuncia- vam investimentos para os anos seguintes para enfrentar o crescimento previsto de 8% a 10% naquele ano. A Caio Induscar, por exemplo, revelava aporte inicial de R$ 25 milhões na construção de uma fábrica emBarra Bonita, SP. Já a Marcopolo programou investimentos de R$ 350 milhões no País até 2016, ao passo que a Comil pretendia desembolsar R$ 110 milhões para produzir em Lorena, SP. Mesmo com o mercado oscilante a indústria não deixou para trás o desenvolvimento de chassis e carrocerias. Houve avanços também com a chegada de motores eletrônicos, a melhoria em itens de segurança e a substituição das suspen- sões metálicas pelas pneumáticas. Não se pode desconsiderar tambéma incorporação de fontes alternativas de combustível, como a eletrificação e o gás natural. Ações nesse sentido começarama surgir: em 2021 a Prefeitura de São Paulo apresentou plano de metas que prevê, até 2024, Abril de 2018 Abril de 2019 40 Abril 2018 | AutoData MERCADO » CAMINHÕES A s nuvens negras com raios e tem- pestades ficaram para trás. À frente da cabine os executivos domercado brasileiro de caminhões ainda en- xergam algumas nuvens no céu e buracos na estrada, mas eles são insuficientes para tirar o otimismo do segmento quanto às perspectivas que se desenham. O resultado do primeiro bimestre trou- xe números animadores: crescimento de 54,7% nos licenciamentos de caminhões, para 8,6 mil unidades, com alguns seg- mentos superando em mais de 80% os volumes de vendas dos primeiros dois me- ses do ano passado, como o de pesados. O desempenho ficou bemacima, inclu - sive, das projeções da Anfavea para o ano, alta de 24,7% que levaria o setor a 79,5 mil unidades vendidas de veículos comerciais em 2018 – somados chassis de ônibus e caminhões. Isolado, o segmento de ca - minhões, estima a associação, cresceria os mesmos 24,7%, para algo em torno de 63 mil unidades. A comparação do primeiro bimestre, Por André Barros Carga de otimismo Após um bom começo de ano a indústria de caminhões acredita que a crise no setor ficou para trás: expectativa já é crescer acima da projeção da Anfavea. porém, se dá sobre uma base extrema - mente baixa, ressalva feita por todos os executivos consultados. De janeiro a fe - vereiro do ano passado foram licencia - dos 5,6 mil caminhões, volume mais baixo dos últimos dez anos – de acordo com a Anfavea neste período o setor registrou média de 16,5 mil caminhões vendidos no primeiro bimestre. O resultado de 2018 ainda é, portanto, metade do índice médio de 2008 a 2017. De todo modo fazia tempo que a in - dústria de caminhões não demonstrava tanto otimismo. “A Fenatran foi um mar - co”, assegura Oswaldo Ramos, diretor de vendas, marketing e serviços da operação de caminhões da Ford, citando a última edição do Salão Internacional do Trans - porte Rodoviário de Cargas, realizada no AD 343 - Caminhões.indd 40 03/04/2018 14:01:03 30 Abril 2019 | AutoData MERCADO » CAMINHÕES O mercado de caminhões continua a mostrar vigoroso cenário de re- cuperação, ainda que a partir de bases baixas. Depois da elevação de 46% no total de 2018 ante 2017, a 76 mil unidades, o primeiro trimestre de 2019 terminou em crescimento ainda maior em índice, nos 47,7%, com 21,5 mil unidades licenciadas de janeiro a março ante 14,5 mil do mesmo período de 2018, segundo dados da Anfavea. O destaque, mais uma vez, ficou para os pesados. Na soma dos três primeiros meses o segmento bateu os dois dígitos, a 10,7 mil unidades ante 6,4 mil do primei- ro trimestre do ano passado, em alta de 67%. O mesmo índice de crescimento foi alcançado nos semileves e médios, mas seus volumes são infinitamente menores, 1,4 mil e 2,6 mil, respectivamente. Para Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea, “a base comparativa do primeiro UMA CERTEZA E UM ENIGMA As vendas de caminhões cresceram 48% no primeiro trimestre, mas o tema em alta é quem vai ocupar o espaço deixado pela Ford no mercado – e se ele de fato existirá trimestre ainda é baixa, pois no ano passado a recuperação veio com maior fôlego a partir do segundo trimestre e isso explica o índice alcançado neste começo de 2019. Vamos continuar crescendo no restante do ano mas a partir de maio ou junho a distância do que foi vendido este ano na comparação como ano passado serámais próxima”. Apesar do nítido avanço o primeiro tri- mestre ainda ficou abaixo da média dos últimos dez anos, mesmo que seja omelhor desde 2015. De 2009 a 2018 a média foi de 25 mil – o melhor ano foi 2011, 39,5 mil, e o pior 2017, 9,7 mil. O resultado de 2019, aliás, foi idêntico ao do primeiro trimestre de 2009. A produção de caminhões neste co- meço de ano bateu nas 24,8 mil unidades na soma de janeiro a março, volume bas- tante próximo ao do mesmo período do ano passado, 24,4 mil, portanto avanço de MERCADO » CAMINHÕES AD 354 - Caminhões.indd 30 05/04/2019 21:08:14

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