AutoData 30 Anos

MERCADO EVOLUÇÃO 142 AutoData | Novembro | 2022 provocam fortes recuos do PIB. Após a recuperação da transi- ção dos motores Euro 3 para Euro 5, as vendas de caminhões despencaramde 154,6mil em2013 para 50,5mil em2016, o pior nível em dezessete anos. A partir de 2018 as vendas de comerciais pesados voltaram a ganhar força, mas diante da perspectiva de novo investimen- to obrigatório para troca de motorização Euro 5 para Euro 6, para atender nova fase do Proconve, a P8, em 2023, em 2019 a Ford decidiu encerrar sua tradicional participação nomercado nacional de caminhões, mesmo ocupando a quarta colocação no ranking de vendas do segmento. A pergunta era: qual marca seria a principal beneficiada com a saída da Ford? Fontes do setor apostavamqueMercedes-Benz e Volkswagen levariam a melhor, por atuarem nos mesmos segmentos. Mas aquele seria apenas o primeiro passo de uma atitude aindamais drástica damontadora estadunidense, que em janeiro de 2021 anunciou sua decisão de fechar todas as suas fábricas no País e se converter em importadora. Com ou sem Ford de 2000 a 2021 a frota de caminhões cresceu 80% no Brasil. Segundo dados da Anfavea passou de 1 milhão 141 mil para mais de 2 milhões, com o crescimento da capacidade de produção e a chegada de uma nova fabricante ao País: a DAF, que inaugurou fábrica emPonta Grossa, PR, no fim de 2013, atraída pelo boom do mercado nacional no início da década de 2010. Apesar do baque da forte recessão em 2016 e 2017, que fez o mercado de veículos pesados no Brasil regredir quase duas décadas, as vendas de caminhões e ônibus voltaram a ganhar tração, estabilizando-se confortavelmente acima das 100 mil unidades vendidas por ano até mesmo em 2020, quando a pandemia forçou os negócios para baixo. Mas já em2021 e 2022 os emplacamentos superam as 140 mil unidades. Alémde volumesmaiores omercado nacional de caminhões também ganhou mais rentabilidade nos últimos anos, com mais de 50% da demanda concentrada emmodelos extrape- sados, principalmente para o transporte das safras crescentes do agronegócio. Os modelos leves também tiveram aumento de procura embalada pelas entregas do e-commerce, que explodiram em tempos de pandemia. Para Márcio Stéfani, sócio-diretor de AutoData, a indústria de caminhões no Brasil sempre teve maior relevância global: “Quando desativavamalguma linha de produção de automóveis Julho de 2013 24 Junho 2013 Polo Fluminense Novo salto O Sul fluminense já é um dos mais importantes polos automotivos do País. Quer ultrapassar Minas em sete anos atraindo mais montadoras e fornecedores. Texto Viviane Biondo . viviane.biondo@autodata.com.br Cerca de quarenta municípios de vários estados brasileiros disputaram a fábrica da Volkswagen Caminhões e Ônibus, inaugurada em Resende, no Sul do Estado do Rio de Janeiro, em 1996. A planta, em região sem tradição no setor automotivo, inaugurou o con- sórcio modular, sistema em que os fornecedores dividem com a fabricante a responsabilidade pela montagem dos veículos. AD 286 - Polo Rio 1111.indd 24 27/05/2013 17:17:18

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