AutoData 30 Anos

139 2022 | Novembro | AutoData como Fiat, Ford, General Motors e Volkswagen, que também investiramemnovos produtos e linhas de produção. O período de calmaria, porém, foi interrom- pido várias vezes ao longo destes últimos trinta anos, com sérias consequências para a indús- tria. Uma sucessão de crises econômicas em 1998, 2008 e 2014, culminando coma pandemia de covid-19 em 2020, fez o mercado brasileiro caminhar para trás. As vendas retrocederam ano a ano e agora o segmento de automóveis e comerciais leves luta para manter níveis de vendas no piso de 2 milhões de unidades/ano – apesar de este ser um nível mais do que o dobro domercado registrado há três décadas. 3 MILHÕES DE CAMINHÕES Em 2007, mesmo ano em que a indústria comemorou 50 milhões veículos produzidos, o País também contabilizava 3 milhões de caminhões fabricados desde 1956. E, o mais incrível, era que cerca de 1,7milhão continuava rodando pelas estradas brasileiras. Além de comprovar a força e a necessidade do trans- porte rodoviário de carga para a economia nacional este fato tambémexpunha uma difícil realidade: parte da frota estava sucateada. Linhas de financiamento com juros subsidiados trataram de iniciar umprocesso natural de renovação da frota. Na época a avaliação de Marco Mazzu, então presidente da Iveco Latin America, convergia com as palavras de Belini: “O mercado doméstico de veículos leves, caminhões e ônibus passa por um ótimo momento”. O otimismo se explicava pelos novos ventos da economia brasileira, que vivia período de estabilidade. Entretanto o País tinha de tomar cuidado com as armadilhas causadas pela volatilidade do mercado. Na edição especial de AutoData 50Milhões de Veículos Pro- duzidos, Tommy Svensson, então presidente da Volvo do Brasil, já advertia: “Apesar dos bons resultados e da competência tecno- lógica nacional a indústria precisa seguir investindo e o governo deve incentivar o segmento para aumentar a competitividade no mercado global”. 44 Março 2022 | AutoData ESPECIAL AUTODATA 30 ANOS » VEÍCULOS LEVES Por Pedro Kutney O TRIPLO EM TRÊS DÉCADAS Segmento de leves nunca perdeu sua coroa no mercado nacional, mas sofreu transformações brutais nos últimos trinta anos E m trinta anos de história desde sua abertura para o mundo, o mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves mostra evolução constante de produtos, ainda que emmeio a uma jornada inconstante que passa por vales e picos de volumes. No todo, porém, a curva é ascendente e fez triplicar o piso das vendas domésticas no País de menos de 1 milhão de unida- des/ano no início dos anos 90 para a casa de 2 milhões nas décadas seguintes, com recorde de 3,6 milhões em 2012. Políticas de reduções de preços e im- postos, incentivos à produção nacional, ele- vações da renda e do nível emprego, queda de juros e prazos maiores de financiamen - to são os principais fatores que puxaram o mercado para cima. Do lado contrário mudanças de direção desses mesmos fatores provocaram quedas, mas dentro de nível superior de consumo de veículos leves –maior prova disso foi o desempenho em 2020, quando a pandemia de covid-19 derrubou os emplacamentos aosmenores volumes históricos no segundo trimestre e ainda assim as vendas fecharam na casa de 2 milhões de unidades. Em três décadas o número de fabrican- tes de automóveis e de comerciais leves com operação industrial no Brasil saltou de cinco para quinze, que hoje produzem Automóveis: vendas 1991-2021. Nacionais e importados Em mil unidades 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 604 600 910 1 135 1 415 1 428 1 605 1 246 1 036 1 205 1 318 1 243 1 215 1 315 1 439 1 633 Fonte: Anfavea Março de 2022

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=