AutoData 30 Anos

129 2022 | Novembro | AutoData ELETRIFICAÇÃO COM ETANOL Em2017 especialistas apostavamque o etanol ainda terá vida longa não só emmodelos flex mas tambémnos híbridos e nos elétricos alimentados por célula de combustível a hidrogênio. O biocombustível representa uma solução barata e disponível para descarbonizar o transporte pois suas emissões de CO2 são neutras, reabsorvidas pela própria plantação de sua principal matéria-prima no Brasil, a cana-de-açúcar. De fato, dois anos depois, a Toyota inovou ao lançar, em2019, o primeiro híbrido flex do mundo produzido no Brasil, o sedã Corolla Hybrid, commotor elétrico e outro flex, que pode rodar comgasolina, etanol ou ambos. O sistema foi desenvolvido em conjunto pelas engenharias brasileira e damatriz da empresa, no Japão. A intenção é expandir a tecnologia em outros mo- delos de seu portfólio, o que já aconteceu com o SUV Corolla Cross lançado em 2021. “Se avaliarmos as emissões geradas no ciclo total dos com- bustíveis o resultado do etanol é quase tão bomou atémelhor do que o elétrico”, garantia Alfred Szwarc, consultor de tecnologia e emissões da Única, União da Indústria de Cana-de-Açúcar. Muitos fabricantes apostamnesta rota tecnológica de descar- bonização: Stellantis e Volkswagen, por exemplo, não negam que têm projetos adiantados para lançar carros híbridos flex nos próximos anos. “Não há outro caminho: a eletromobilidade é um fato con- sumado. Só precisamos saber qual será a agilidade de cada mercado com relação a essemovimento”, ressalta Vicente Alessi Filho, sócio e integrante do conselho de AutoData. A onda da mobilidade elétrica também fez renascer mar- cas que estavam adormecidas. Em agosto de 2020 AutoData divulgou o retorno da FNM, popularmente conhecida como Fênêmê. Para atender aos novos tempos a antiga Fábrica Nacional de Motores, que fazia caminhões a diesel, foi rebati- zada de Fábrica Nacional de Mobilidade com o propósito de desenvolver caminhões elétricos em parceria com a Agrale. O foco da nova FNM é oferecer veículos para entregas urbanas, com a possibilidade de rodarem o dia inteiro e ser recarregados ao fim da jornada. Bem equipada de recursos tecnológicos e com uma gestão que dispensa até mesmo a existência de concessionárias a FNM rapidamente despertou o interesse de empresas em busca de veículos ágeis para operações logísticas. Setembro de 2019 Agosto de 2020 20 Setembro 2019 | AutoData Lançamento » CoroLLa Por André Barros Dois carros em um Novo Toyota Corolla traz duas opções de motor inéditas ao mercado brasileiro: 2.0 flex nacional e 1.8 híbrido flex, este em primazia mundial. Divulgação/Toyota Em desenvolvimento desde 2015, o sistema híbrido combinado comummotor capaz de rodar com gasolina ou etanol foi adotado com primazia direto no campeão de vendas da Toyota – modelo mais ven- dido pela empresa no mercado brasileiro e com mais de 1,1 milhão de unidades produzidas em Indaiatuba. Mas a ideia é expandir a tecnologia para toda a gama, que, no Brasil, já conta também com o Prius e o RAV4 – híbridos que, por enquanto, são movidos apenas a gasolina. C om algum atraso a indústria auto- motiva brasileira entrou neste 2019, definitivamente, na era da eletrifica - ção. Começaram a sair das linhas da fábrica da Toyota em Indaiatuba, SP, os primeiros modelos híbridos fabricados no Brasil, da décima-segunda geração global do sedã Corolla, o automóvel mais vendido do mundo. E com uma importante inovação: o sistema híbrido flex, desenvolvido em conjunto pelas engenharias do País e da matriz, no Japão. AD 359 - Toyota Corolla.indd 20 03/09/2019 15:23:13 52 Agosto 2020 | AutoData MOBILIDADE » ELÉTRICOS Por Roberto Hunoff E-FêNêMê Pasme: a FNM está de volta. Agora não mais como Fábrica Nacional de Motores mas Fábrica Nacional de Mobilidade, para produzir caminhões elétricos. A histórica FNM, Fábrica Nacional de Motores, cujo nome o popular cha- mava de fênêmê em vez de éfe- -êne-ême, quer voltar às estradas brasileiras. Em lugar dos brutos de origem Alfa Romeo/Fiat, porém, pretende ser marca de caminhões elétricos vendidos sob demanda pela internet. A iniciativa tem à frente um grupo de empresários do Rio de Janeiro, RJ, e de Caxias do Sul, RS, onde a produção de- verá ser concentrada. A parceira para a montagem dos caminhões, que terão a maior parte dos conteúdos importada, será a Agrale, já com experiência nesta forma de operação pela prestação do mesmo serviço à International e, até pou- co tempo, à Foton. A expectativa é fazer as primeiras en- tregas até o fim do ano, mas por enquanto os novos FNM existem apenas em pro- jeções por computador. Segundo José Antônio Severo Martins, diretor de relações institucionais, inicial- mente serão montados dois modelos VUC, de 13 e 18 toneladas, os FNM 832 e 833, para uso urbano. O caminhão, se- gundo ele, terá autonomia para circular um dia inteiro, com recarga à noite, em garagens das operadoras de transporte. Segundo ele o projeto teve andamen- to acelerado nos últimos meses, a partir de carta de intenções manifestada por um cliente – de nome mantido em sigilo – para aquisição de 3 mil unidades para o mercado do México e mais 4 mil para o Brasil: “Os veículos serão validados por este cliente. Estamos muito confiantes no projeto, que se efetiva em momento de expansão dos mercados de e-commerce e delivery”. O empresário, que tem como um dos sócios, fundadores e investidores o irmão Alberto, acredita ser possível, no médio prazo, transformar a região de Caxias do Sul em polo internacional na fabricação de veículos comerciais elétricos. Segun- do ele atingido determinado volume de produção fornecedores internacionais deverão abrir operações no Rio Grande do Sul para atender às demandas. Divulgação/FNM

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