AutoData 30 Anos

ENERGIA ELETRIFICAÇÃO 126 AutoData | Novembro | 2022 AHonda também tinha planos para o Brasil. Em reportagem de AutoData de dezembro de 2010 o engenheiro Alfredo Gue- des garantia que a empresa não pretendia trazer os híbridos apenas como variação demarketing: “Queremos difundi-los no mercado nacional, mas preços acima de R$ 100 mil estão fora da realidade”, comentava, referindo-se a um valor que, hoje, seria considerado uma bagatela. A argumentação de Guedes tinha a ver com a falta de in- centivos e benefícios fiscais do governo, que deixava o preço do automóvel eletrificado proibitivo. OPÇÃO ELÉTRICA Enquantomodelos híbridos davamseus primeiros passos no País, na Europa e no Japão o consumidor já se acostumava com a ideia de ver carros elétricos nas ruas. O plano estratégico da Renault, batizado Renault 2016, Mude a Direção tinha ameta de reduzir em10%os níveis de emissões até 2013 emais 10%até 2016. Para alcançar este objetivo a marca francesa apresentou quatro carros 100% elétricos: Fluence, Kangoo, Twizy e Zoe. Na época o maior entrave para esse tipo de propulsão era a infra- estrutura de recarga pública. Por isto a Renault estimava que 70% das vendas seriam para as frotas das empresas e apenas 30% para particulares. “Segundo pesquisas da Renault 90% dos consumidores, exceto as empresas, recarregarão seus veículos em casa, no escritório e ocasionalmente em pontos públicos”, afirmava reportagem de AutoData de dezembro de 2011. Naquelemomento oRenault Kangoo não tinha concorrentes no segmento de transporte urbano de carga. O Fluence Z.E., de zero emission, por sua vez, já se preparava para encarar as chegadas de Mitsubishi I-Miev, Ford Focus EV e Nissan Leaf. As autonomias das baterias elétricas também eram bem meno- res: com a carga completa o Fluente rodava 185 quilômetros e o Kangoo 170. O DILEMA DA RECARGA Com o avanço do desenvolvimento dos carros elétricos logo surgiu um interrogação: haverá estrutura suficiente para abastecer todos os modelos movidos a bateria? Outra questão importante permeou os debates sobre eletrificação automo- tiva: como será o descarte das baterias depois de seu uso nos automóveis? Dezembro de 2011 58 Dezembro 2011 Elétricos Já nas ruas europeias Renault inicia venda de modelos movidos a eletricidade, com emissão zero de poluentes. Em breve estarão no Brasil, para demonstração. Texto Maira Nascimento, de Lisboa . maira@autodata.com.br Um dos objetivos da Renault em seu plano estratégico Renault 2016 Mude a Direção é reduzir em 10% os níveis atuais de emissão até 2013 e mais 10% nos três anos seguintes. Para alcançar este compromisso adotou a tecnologia de motores elétricos ignorando o uso dos híbridos. Além do compromisso ambiental a empresa tem como meta conquistar a liderança mundial na mobilidade urbana com emissão zero de poluentes. Ainda como conceitos a Renault apresentou, em 2009, quatro veículos equipados com propulsão 100% elétrica: Fluence, Kangoo, Twizy e Zoe. Os dois primeiros, versões dos modelos a combustão, já são realidade comercial e começaram a rodar nas ruas europeias em novembro. Os outros dois, concebidos como elétricos desde o começo do projeto, aguar- dam lançamento para 2012. Antes do lançamento público das versões elétri- cas de Fluence e Kangoo a Renault já tinha em sua carteira de pedidos encomenda de dezenove empre- sas francesas e órgãos governamentais, somando 15 mil unidades dos dois modelos, agendados para ser entregues em quatro anos. Ciente dos obstáculos que o uso desta tecnologia ainda enfrenta, como a disponibilidade de carregamento das baterias fora de ambientes fechados, como casas e empresas, a em- presa aposta que o maior volume de venda, cerca de 70% do total, será em uma primeira etapa destinado a frotas, e apenas 30% a particulares. Os modelos elétricos da Renault deverão chegar ao Brasil apenas para demonstração da tecnologia. Não há planos de venda, pelo menos por enquanto. Naturalmente que parte do esforço da Renault está centrado em ações para a construção de infra- estrutura de carregamento das baterias na Europa, por meio da formação de parcerias ou consórcios de empresas e governos. A estimativa é a de que em 2012 serão 50 mil as unidades de abastecimento de energia no continente. Segundo pesquisas da Re- nault 90% dos consumidores, exceto as empresas, recarregarão seus veículos em casa, no escritório e ocasionalmente em pontos públicos. Haverá, entretanto, outra opção de abasteci- mento de carga e, portanto, autonomia: a simples troca de uma bateria vazia por outra cheia. O servi- ço, rápido e robotizado, está disponível atualmente em poucos países: na Europa, apenas na Dinamarca. Austrália e Israel também já oferecem. Visto o ainda alto custo de produção das bate- rias de íon-lítio, especialmente por conta do baixo volume produzido, a Renault cuidará também deste gerenciamento. Assim, apenas o veículo será vendido ao cliente, enquanto suas baterias serão alugadas. O custo será de € 82/mês para Fluence e € 72/mês para Kangoo. Desta forma, entende a Renault, os elétricos AD 268 - Elétricos.indd 58 26/11/2011 00:52:05

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