AutoData 30 Anos

125 2022 | Novembro | AutoData Dezembro de 2010 Engavetados porémjamais esquecidos. Mui- tos anos depois a pauta ambientalista entrou em cena e, aos poucos, ganhou força, come- çando a fechar o cerco aos motores a com- bustão, que contribuem para o efeito estufa e o aquecimento global. Na última década a questão ganhou perfil de catástrofe anunciada, obrigando amaior parte dos países domundo a impor metas para reduzir, neutralizar ou elimi- nar as emissões de carbono. Assim os veículos elétricos ganharam protagonismo sem volta. Não dá para falar de eletrificação automo- tiva sem mencionar a Tesla, que traz na sua marca o sobrenome do sérvio Nikola Tesla, um daqueles precursores dos inventos elétricos. A fabricante estadunidense de ElonMusk foi das primeiras a perceber e aproveitar a onda de eletrificação da mobilidade e nasceu elétrica, 100% dedicada a produzir carros elétricos. A Tesla pode ser considerada o divisor de águas dasmarcas que embarcaramno projeto de fabricar veículosmovidos a bateria. Fundada em 2003 no Vale do Silício, na Califórnia, cres- ceu tanto que deixou para trás, em valores de mercado, as gigantes Ford e General Motors. A Tesla virou sinônimo de carro elétrico, mas a concorrência vemaumentando. Hoje não há umamontadora sequer – umas mais adiantadas do que as outras – que não te- nha projetos de carros elétricos. Todas sabemque ficar de fora desse tabuleiro é uma ameaça para a sobrevivência no futuro. PRIMEIRO OS HÍBRIDOS No Brasil, primeiro, começarama chegar os automóveis hí- bridos, já no fimda primeira década dos anos 2000. AMercedes- -Benz passou a importar o S400 Hybrid e a Ford contra-atacou com o sedã Fusion Hybrid, importado do México, equipado com motor 2.5 a combustão e outro elétrico. O Toyota Prius, primeiro híbrido a ser lançado comercialmente no mundo, chegou aomercado brasileiro em 2011, com vendas dedicadas a frotas de táxis. Com a mesma forma de fazer e na mesma época a Nissan começou a trazer o seu 100% elétrico Leaf ao mercado brasileiro. 54 Dezembro 2010 | AutoData | HÍBRIDOS André Barros andreb@autodata.com.br Pressão por incentivos E nquanto as discussões a respeito dos incentivos para tecnologias sustentáveis na indústria automobilís- tica ocorrem nas salas de reuniões do governo, as fabricantes começam a tra- zer seus modelos híbridos ao mercado para, quem sabe, acelerar as conversas. Depois da pioneira Mercedes-Benz e seu S400 Hybrid foi a vez da Ford co- meçar a importar do México a versão híbrida do sedã de luxo Fusion, dispo- nível na rede desde o mês passado. Já a Honda organizou um evento em Piracicaba, SP, e mostrou aos jor- nalistas as versões híbridas do CR-Z e do Insight, expostas na última edição do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo. Aproveitou para dar um recado: quer receber incentivos para trazer a tecnologia ao mercado local em até dois anos. Produção local. Os planos da Hon- da vão além de simplesmente importar veículos: quer produzir a tecnologia em solo brasileiro. “Não queremos tra- zer os híbridos apenas por marketing, queremos difundi-los no mercado na- cional. Preços acima de R$ 100 mil estão fora da realidade”, disse Alfredo Guedes, engenheiro da companhia. A produção local do modelo pode- ria ser feita com ou sem importação do sistema híbrido, até mesmo com motor de combustão bicombustível, que, se- gundo o engenheiro, pode ser adapta- do à tecnologia. Sem incentivos o preço dos mode- los fica salgado: o S400 Hybrid, da Mer- cedes-Benz, beira os R$ 450 mil. Por bem menos, mas ainda não tão pouco, chegou o Fusion Hybrid, da Ford. Sua única versão sai por R$ 133,9 mil, 50% acima do catálogo de entrada do mo- delo com motor a combustão – embora tenha mais itens de série. A Ford não espera grandes volumes de venda, apostando que a procura será limitada a empresas e consumidores aficionados por novidades. Pesou mais na decisão a transferência tecnológica, segundo Rogelio Golfarb, diretor de as- suntos corporativos e governamentais para a Ford América do Sul. Preparar a engenharia brasileira e a rede de distribuição às novas tec- CR-Z, da Honda: a empresa planeja produzir híbridos no Brasil. Sem benefícios  scais os veículos híbridos chegam ao mercado com preço muito elevado, o que impede a venda em grandes volumes Foto: Divulgação/Caio Mattos/Honda AD 256 - Híbridos.indd 54 26/11/2010 23:23:28

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