AutoData 30 Anos

122 AutoData | Novembro | 2022 R efletir sobre como serão os próximos trinta anos da indústria automotiva é umexercício possível tendo emvista o cenário atual e os muitos avanços que já estamos experimentando, especial- mente na descarbonização dos transportes. Ao implementar práticas sustentáveis, que convergem para um futuro mais verde, favo- recendo a maior produtividade para o segmento e benef ícios para omeio ambiente, o Brasil avança e tem, nas próximas três décadas, a oportunidade de alcançar re- sultados históricos. Atualmente o País respon- de por 3%das emissões globais de carbono, mas tem como meta alcançar a neutralidade até 2050. Assimestá sendo trilha- do o caminho para cumprir o Acordo de Paris – tratado assinado por 195 países, incluindo o Brasil –, umcompromissomundial para frear o aquecimento global. Por parte da indústria automotiva uma série de planos vem sendo implementada. Na Europa iniciativas pioneiras utilizamcélulas de hidrogênio para alimentar caminhões elétricos, tendência que deve crescer nos próximos anos, inclusive no Brasil. Novo caminho para o futuro dos transportes Márcio Querichelli é presidente Iveco para a América Latina Por aqui, ao menos no curto prazo, a tran- sição energética deve priorizar a utilização do gás natural para veículos comerciais de carga e passageiros. Alémdos benefícios ambientais o gás natural é uma opção de combustível economicamentemais viável, já que reduz em até 90% a necessidade de manutenção dos veículos na comparação com o diesel, bem como resguarda os usuários das oscilações bruscas nos preços do petróleo. No paralelo uma outra alternativa que deve ganhar ter- reno é o biometano, produzido a partir de resíduos orgânicos, como os provenientes do agronegócio. As tecnologias de eletromobilidade tam- bém estarão, progressivamente, em desen- volvimento no Brasil, seja por motores a com- bustão, baterias ou células de combustível. Tambémé possível vislumbrar novas ferra- mentas que ganharão força. Uma delas são os serviços que vão alémda aquisição do produto. O aumento da oferta e procura por locação de caminhões é outro exemplo que se encaixa nesse contexto. O foco está em soluções que contribuem para a rentabilidade do negócio e facilitam o dia a dia do cliente. Para os próximos anos podemos apostar, seguramente, no fortalecimento de tecno- logias de conectividade e digitalização, que devemser implementadas pelas empresas do setor automotivo brasileiro. Por meio da tele- metria veicular é possível coletar, em tempo real, dados do veículo e enviá-los a uma central de comando, potencializan- do as capacidades do veículo e a gestão da frota. Cabines de ca- minhões, por sua vez, devem ser transformadas emecossis- temas digitais projetados para proporcionar mais segurança, bem-estar e conforto aos mo- toristas. Acredito e aposto na respon- sabilidade do setor automotivo. Ca- berá a nós avançar no desenvolvimento de soluções para minimizar nosso impacto ambiental. Comprometida com essa reali- dade a Iveco aderiu ao Climate Pledge, com- promisso co-fundado pela Amazon e pelo Global Optimism para atingir zero carbono líquido até 2040, dez anos antes do previsto pelo Acordo de Paris. A construção do futuro está em curso. D i v u l g a ç ã o / I v e c o ARTIGO MÁRCIO QUERICHELLI

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