AutoData 30 Anos

117 2022 | Novembro | AutoData longo dos dois últimos anos”. Refere-se à queda vertiginosa nas vendas por falta de compradores, uma vez que estavam confinados em casa por culpa do coronavírus, e depois, já em 2022, pela questão da Ucrânia. A pandemia trouxe à tona uma palavra que pouco, ou quase nunca, se falava antes: semicondutores. As fabricantes come- çaram a enfrentar a escassez do componente produzido na Ásia, direcionados para a produção de outros aparelhos que tiveram altíssima demanda durante o período de isolamento, como smartphones, computadores e TVs. Quando a demanda por automóveis se normalizou os semicondutores estavamem falta, complicando a vida das linhas de montagem, colocando em xeque omodelo de globalização de concentrar as compras onde for mais barato. Mas, como em toda a crise de alcance mundial há o apren- dizado. Segundo Christopher Podgorski, presidente da Scania Latin America, o planeta viu a implosão da jornada de globali- zação, que deixa de existir com a Guerra da Ucrânia: “Isso deve servir de lição: soluções globais exigem redundâncias, commais de uma fonte de fornecimento de componentes”. NACIONALIZAÇÃO NECESSÁRIA É exagerado afirmar que a globalização vive umocaso, mas não pode continuar do jeito que está. O setor é unânime ao dizer que não há como nacionalizar tudo, mas, nomínimo, será necessário redistribuir um pouco a cadeia de suprimentos. As montadoras não podem ficar mais reféns de semicondutores que vêm exclusivamente da Ásia, afirmam os especialistas da cadeia produtiva. Para que isso aconteça o novo presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, que tomou posse emmaio, afirma que uma das prioridades de sua gestão será preservar o parque nacional de fornecedores além de tentar atrair novos fabricantes de com- ponentes que não são produzidos no País. A ideia é justamente não depender dos tremores sofridos pela globalização em tempos de crises mais agudas. Para se ter ideia do tamanho do problema causado pela pandemia 345 mil veículos deixaram de ser produzidos no ano passado no Brasil por falta de chips. Lima Leite apoia-se no conceito de que o Brasil teve nível de industrialização importante na trajetória do setor automotivo. Todavia o mundo evoluiu, novas tecnologias chegaram e o

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