AutoData 30 Anos

115 2022 | Novembro | AutoData IMPORTÂNCIA DA AMÉRICA DO SUL Quando o assunto é projetos da ordem de bilhões de dó- lares o custo absurdo do Brasil pode causar desinteresse na decisão de planejar o desenvolvimento. Vice-presidente da AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, Édson Orikassa fez baixar o pano: “Não é à toa que os centros de de- senvolvimento estão se formando em países mais baratos da Ásia, como Tailândia, Coreia do Sul, China e Indonésia, onde há boa mão de obra e tributos amigáveis”. O fenômeno das plataformas e dos desenvolvimentos glo- bais recrudesceu a produtividade de todos os processos. Ao não atacar a defasagem competitiva e ao não incentivar mais a área de PD&I, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, o Brasil perdeu espaço nesse jogo de xadrez mundial, no qual cada lance deve ser muito bem estudado. Apesar de tantas dificuldades o Brasil –mais especificamen- te a América do Sul – não corre o risco de ser varrida do mapa do mercado global. A região está longe de ocupar lugar de destaque em âmbito mundial, mas sua participação não deve ser desconsiderada. Como mostrou AutoData em abril do ano passado análise geral dos números globais de 2020 revelou que o desempenho da América do Sul não é de se jogar fora. Veja o caso da gigante Stellantis, que reúne na região mar- cas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën. Suas vendas totais no ano somaram 5,9 milhões de unidades, coma América do Sul destacando-se como a terceira regiãomais bemcolocada, com 560 mil veículos comercializados, à frente de Oriente Médio e África e Ásia-Pacífico. O copomeio vazio, porém, é que a distância para os dois principaismercados émuito gran- de. AEuropa consumiu 2,9milhões de unidades da Stellantis e a América do Norte 1,8 milhão. O faturamento líquido global da empresa che- gou a € 133,2 bilhões em 2020. A América do Sul contribuiu com € 6,4 bilhões, enquanto a América do Norte representou € 60,5 bilhões e a Europa, € 57 bilhões. A América do Sul não tem os principais 42 Abril 2021 | AutoData MERCADO GLOBAL » REPRESENTATIVIDADE Q ual é a representatividade do mer- cado sul-americano para as grandes corporações automotivas, sejam elas de origem europeia, estaduni- dense ou asiática? A região corre o risco de deixar de ser interessante a ponto de ver algumas montadoras simplesmente abandonando este pedaço do mundo? Essas perguntas têm sido feitas com frequência por profissionais da cadeia au - tomotiva, e a dúvida é pertinente diante do quadro futuro um tanto cheio de incógnitas para os rumos da indústria. Uma análise geral dos números globais de 2020 traz uma resposta que já é pre- sente há várias décadas: aomesmo tempo emque a América do Sul está longe de ser ummercado extremamente representativo no todo global, também não é, por assim dizer, de se jogar fora. E esse cenário é praticamente o mes- mo para diversos grandes grupos auto- motivos, independente de sua origem e de seus principais mercados. A recém-criada Stellantis é uma refe- rência importante, por representar con- glomerado com um número enorme de marcas. Suas vendas totais em 2020 che- garam a 5,9milhões de unidades. De cinco regiões a América do Sul foi a terceira em participação, com560mil unidades, ou 9%: ficou à frente de Oriente Médio e África, 398 mil e 7%, e Ásia-Pacífico, incluindo a China, com 181 mil e 3%. A distância para as duas primeiras regiões, porém, foi enor- Por Marcos Rozen O tamanho da América do Sul no mapa Região está distante de ser um dos grandes mercados globais, mas ao mesmo tempo sua fatia no todo não é desprezível 49,5 31,0 9,0 7,0 3,5 Stellantis: vendas por região em 2020. 2 939 1 852 560 398 181 Europa América do Norte América do Sul Oriente Médio e África Ásia-Pacífico 5 930 Em 1 mil unidades. Fonte: Stellantis Abril de 2021

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