AutoData 30 Anos

113 2022 | Novembro | AutoData e as concessionárias não sabiam, exatamente, quais carros teriampara vender”, lembra Alessi Filho. “Todos os setores da cadeia automotiva mantinham uma série de interrogações.” Como passar do tempo a dita globalização propiciou a oferta de autopeças com preços mais vantajosos e a importação passou a ser facilitada pelo governo federal, com redução de alíquotas de importação. Observando o movimento com especial interesse os olhos das fabricantes cresceram com essas novas condições de comércio. Rapidamente as empresas perceberamque nem tudo seria fácil e tranquilo. A globalização trouxe a reboque custos logísticos elevados, obstáculo que fez a indústria demorar um pouco para absorver completamente o novo modelo de negócios. Alessi completa: “Além disto ninguém contava com a crise financeira de 2008, que estremeceu omercado como um todo. Todos perceberam, naquele instante, que a globalização não era capaz de evitar as crises mundiais”. E, como se verá adiante, as crises aparece- ram sem parcimônia. DEFASAGEM DE DÉCADAS SE REDUZ O cenário foi evoluindo e, ao longo de trinta anos, AutoData testemunhou todos os passos dos efeitos da globalização na cadeia automotiva brasileira. Em setembro de 2015, por exem- plo, Alexandre Pagotto, especialista de marketing da divisão Chassis SystemControl da Bosch, já antecipava: “Chegaremos a um nível de ter as mesmas exigências aqui e lá fora. Não há como evitar: uma hora, fica igual”. Ele relatou que trazer tecnologia de fora para o Brasil de- morava um tempo cada vez menor: “Antes eram décadas. Agora são cinco, no máximo dez anos”. Passados sete anos da sua previsão os recursos tecnológicos estão mais próximos do mercado brasileiro e em intervalos pequenos. O lançamento local de veículos globais – como Jeep Commander e Ford Ma- verick – e a chegada demarcas de luxo, que trazemevoluções, favorecem esse movimento. Evolução tecnológica 40 AutoData Setembro 2015 C om airbags frontais e freios ABS como itens obrigatórios nos carros brasileiros apenas a partir de 2014, o País ainda tem muito a evoluir em equipamentos de segu- rança veicular. Mas a oferta local de produtos e sensores nessa área tem crescido e a globalização tende a ace- lerar o processo de avanço tecnológico de nossos automóveis na opinião de profissionais da área de segurança da cadeia fornecedora. “Chegaremos a um nível de ter as mesmas exigências aqui e lá fora. Uma hora fica igual”, prevê Alexan - dre Pagotto, especialista de marketing da divisão Chassis System Control da Bosch, com foco na segurança e mo- bilidade do futuro. “Tem sido cada vez menor o tempo de trazer tecnologia de fora para cá. Antes eram décadas, ago- ra são cinco, no máximo dez anos”. Na sua avaliação, o lançamento local de veículos globais favorece esse movimento. Só para citar alguns exemplos de carros bem equipados nesse quesito, Pagotto cita o VW Golf e o Audi A3, com produção recém-ini- ciada no País, assim como Ford Focus, Chevrolet Cruze e Renault Fluence. A própria chegada das marcas de luxo no Brasil – BMW e Audi, já em operação, e Mercedes-Benz e Jaguar Land Rover, logo mais, favorecerá esse avanço na análise do especialista da Bosch. A mesma opinião temManoel Hen- rique Mota, diretor de vendas e Key Account Management da Continental do Brasil: “Com a vinda das marcas de luxo o processo de evolução tecnoló- gica dos nossos veículos deverá se ace- Carona global Alzira Rodrigues | alzira@autodata.com.br Sistemistas e autopeças investem na localização de itens de segurança, indispensáveis para o tão sonhado carro autônomo AD 313 - Evolução tecnológica.indd 40 28/08/2015 13:47:49 Setembro de 2015

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