AutoData 30 Anos

110 AutoData | Novembro | 2022 O mundo continua a mudar a máquina M uitos conhecem o clássico A Má- quina que Mudou o Mundo, um abrangente estudo que analisa o automóvel e sua enorme influência sobre o comportamento da socie- dade, com conceitos de produção emmassa, administração e engenharia, consumo, marke- ting, design e, atémesmo, de liberdade. Mas talvez nem todos conheçamO Mundo que Mudou a Máquina, uma análise elaborada por Au- toData em 2007, por ocasião da comemoração de seus 15 anos de circulação. Já naquela época ficou cla- ra a crescente importância da questão ambiental no planeja- mento da atividade industrial e no futuro da mobilidade. Quinze anos depois, quando AutoData chega aos seus 30 Anos, muito se avançou em termos de eficiência energética, redução de emissões e segurança veicular. E o setor automotivo está pronto para liderar a descarbonização da indústria e da mobilidade. Na rota previsível conviverão motores a combustão menores e mais eficientes, mo- ARTIGO ANTONIO FILOSA D i v u l g a ç ã o / F C A Antonio Filosa é presidente da Stellantis América do Sul tores elétricos e sistemas híbridos a etanol. A tendência é a eletrificação, mas devido ao custo elevado das soluções ela não evoluirá de modo igual nomundo. A Europa saiu na frente, seguida por China e Estados Unidos. Àmedida que a tecnologia se espalha aumentará sua es- cala e os preços se tornarãomais competitivos, permitindo que mais consumidores tenham acesso às novas tecnologias. Neste processo a eletrificação se intensificará no Brasil e em mercados similares em uma segunda onda. O Brasil tem um trunfo nesta trajetória: o etanol. A combinação do biocombustível com a eletrificação é uma alternativa competiti- va de transição para a eletrificação a preços acessíveis, além de atender a metas mais ri- gorosas de emissões. Quando considerado o ciclo do plantio à roda o etanol é quase neutro em emissões de carbono, porque a cana-de- -açúcar absorve até 80% do CO2 liberado na produção e queima do biocombustível. A Stellantis temmetas ousadas de redução das emissões de CO2. O plano global Dare Forward 2030 projeta a descarbonização com- pleta de todo o ciclo até 2038, comuma redu- ção de 50% já em2030. Rumo a estes objetivos a empresa avança na eletrificação e planeja que 100% de suas vendas na União Europeia em 2030 sejam de veículos elétricos. Nos Es- tados Unidos a participação dos elétricos será de 50% e no Brasil de 20% ao fim da década. Mais do que alcançar estes objetivos que- remos compartilhá-los comnossa cadeia de valor, para que a redefinição da mobilidade seja também uma oportunidade de reindustria- lização do País. A mobilidade híbrida e elétrica demanda sistemas que ainda não são produzidos no Brasil, mas que podem e devem ser naciona- lizados. Aproveitar esta opor- tunidade significará ampliar as dimensões da economia nacional, fortalecer a engenharia local e estimular o desenvolvimento do talento dos brasileiros. A indústria automobilística brasileira tem sido, desde seus primórdios nos anos 1950, um dos principaismotores da economia brasileira. E comcerteza continuará a exercer este papel na evolução tecnológica e na revolução da descarbonização. C M Y CM MY CY CMY K

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