AutoData 30 Anos

MERCADO INTERNACIONALIZAÇÃO 104 AutoData | Novembro | 2022 Saída pelos portos nem sempre usada Q ualquer pessoa que tenha acompanhado – ainda que superficialmente – o desempenho da indús- tria automobilística brasileira nas últimas três décadas certamente já deve ter se perguntado por que, mesmo com tantas empresas fabricantes instaladas, o Brasil não se consolida como potência exporta- dora? Não é fácil responder à questão. Até a década de 1990 o maior número registrado nas ex- portações de veículos brasileiros, de acordo com os dados da Anfavea, foi em 1987, com345mil 555 unidades. Após a abertura do mercado aos importados, dos programas de incentivo à chegada de novas fabricantes, da modernização dos proces- sos produtivos e dos produtos fabricados no País era de se imaginar que os automóveis made in Brazil poderiam, enfim, concorrer em pé de igualdade nos mercados estrangeiros. Na prática, porém, não foi o que aconteceu. Em 1992 a indústria ainda chegou a se animar, contabilizando aumento superior a 70% no volume embarcado. Foram 341,9 mil exem- plares, contra 193,1 mil no ano anterior, somando veículos de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus. Em 1993, apesar de uma pequena retração, para 331,5 mil, o resultado ainda parecia promissor e em 1994, com o novo recorde de 377,7 mil unidades, as exportações davam sinais de que poderiam, enfim, decolar. Por Wilson Toume As exportações brasileiras de veículos funcionaram como alternativa às quedas nas vendas no mercado interno, sem plano definido para tornar o País um polo exportador

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