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64 Março 2025 | AutoData INDÚSTRIA » RECICLAGEM cosméticos e limpeza doméstica, com 113 mil toneladas, e utilidades domésticas, com 83 mil toneladas. O uso de matéria-prima reciclada em peças plásticas torna-se mais importante à medida que o uso de componentes plásticos nos veículos também é crescente. De acordo com estimativa da MaxiQuim até 2026 o mercado mundial de plásticos automotivos deverá girar US$ 68,6 bilhões, um salto em oito anos de 41%, ou US$ 20 bilhões, sobre os US$ 48,7 bilhões de 2018. DA REPOSIÇÃO A PEÇAS ORIGINAIS Por enquanto o aftermarket é o maior consumidor de peças de plástico reciclado. Das 71 mil toneladas de resinas recicladas utilizadas pela indústria automotiva no Brasil em 2023 pouco mais da metade, 38,5 mil toneladas, foram de polipropileno usado na produção de peças para o mercado de reposição. A este volume se juntam outras 3 mil toneladas de poliestireno reciclado empregadas na fabricação de mais componentes de segunda linha. Em segundo lugar nas quantidades foram consumidas 20 mil toneladas de polietileno tereftalato, mais conhecido como PET, que estão na composição de tapetes, revestimentos internos, forros e cintos de segurança. Embora os volumes ainda sejam pequenos também tem crescido a participação do plástico reciclado em peças mais nobres de veículos, com maior valor agregado, e não somente em peças de reposição, aponta Maurício Jaroski, diretor executivo da MaxiQuim e gestor da área de energia e química sustentável: “É crescente o movimento de pesquisa, assim como o de homologações, em torno do uso da resina reciclada em peças que exigem mais testes e maior requerimento técnico. O setor está caminhando para ampliar as aplicações. As empresas estão cada vez mais engajadas nisso”. Com o polipropileno reciclado, por exemplo, a indústria já faz compostos para produzir painéis e para-choques. Nas peças de reposição é comum usar o insumo também em aerofólios, partes do espelho retrovisor e nos símbolos cromados das marcas. O desafio agora é inserir o material em peças do motor e bombas de combustível. Existem estudos em andamento nesse sentido, relata Jaroski. COMPETIÇÃO COM O PETRÓLEO Enquanto o setor automotivo aumentou o uso de plástico reciclado em 2023, o consumo total da indústria geral caiu 15%, de 1,1 milhão para 939 mil toneladas, interrompendo seis anos consecutivos de avanço. O motivo: o ciclo de baixa das commodities petroquímicas, que reduziu substancialmente os preços das matérias- -primas derivadas de petróleo para produção de plásticos, tirando a atratividade das resinas recicladas, que ficaram mais caras. “Este é um grande gargalo a ser enfrentado: a competição do mercado de

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