» EDITORIAL AutoData | Março 2025 Diretor de Redação Leandro Alves Conselho Editorial Isidore Nahoum, Leandro Alves, Márcio Stéfani, Pedro Stéfani, Vicente Alessi, filho Redação Pedro Kutney, editor Colaboraram nesta edição André Barros, Lucia Camargo Nunes, Soraia Abreu Pedrozo Projeto gráfico/arte Romeu Bassi Neto Fotografia DR/divulgação Capa Foto WR7/Shutterstock Comercial e publicidade tel. PABX 11 3202 2727: André Martins, Luiz Giadas Assinaturas/atendimento ao cliente tel. PABX 11 3202 2727 Departamento administrativo e financeiro Isidore Nahoum, conselheiro, Thelma Melkunas, Hidelbrando C de Oliveira, Vanessa Vianna ISN 1415-7756 AutoData é publicação da AutoData Editora e Eventos Ltda., Av. Guido Caloi, 1000, bloco 5, 4º andar, sala 434, 05802-140, Jardim São Luís, São Paulo, SP, Brasil. É proibida a reprodução sem prévia autorização mas permitida a citação desde que identificada a fonte. Jornalista responsável Leandro Alves, MTb 30 411/SP autodata.com.br AutoDataEditora autodata-editora autodataseminarios autodataseminarios Por Pedro Kutney, editor Vida mais difícil Apesar de toda a torcida contra, especialmente do tal mercado, o crescimento econômico do Brasil ainda resiste às previsões pessimistas. O ano começou embalado: no início da segunda quinzena de março a cotação do dólar caiu ao nível mais baixo desde novembro, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, registrou a maior alta desde outubro, e o IBC-Br, índice de atividade econômica calculado pelo Banco Central, considerado uma prévia do PIB, fechou janeiro em expansão de 0,9% sobre dezembro, muito acima do esperado 0,2%, apontando elevação de 3,6% nos últimos doze meses. Para a indústria automotiva essa dinâmica se refletiu em vendas de veículos 9% maiores no primeiro bimestre, com 356,2 mil emplacamentos, o maior número para o período desde 2020, e a produção dos dois primeiros meses do ano cresceu 15%, para 392,9 mil unidades, o maior volume desde 2021, impulsionado por alta de 55% nas exportações. A vida, porém, parece que ficará mais difícil. Economistas que erraram para baixo todas as previsões – mais parecidas com torcida – nos últimos dois anos estão confiantes que, desta vez, vão acertar os prognósticos de um ano pior, ajudados pelo Banco Central que não para de subir o juro básico Selic, que pode chegar a 15% ao ano em 2025. Se não dá muito resultado para reduzir a inflação a estratégia do BC já surte efeito no custo dos financiamentos, que no caso da compra de veículos fechou janeiro na média de 29,5% ao ano, o maior nível da história, mesmo com a inadimplência em patamar muito baixo. O resultado dessa dinâmica já pode ser sentido no segmento de veículos mais sensível ao desempenho do PIB: as vendas de caminhões, que terminaram 2024 em forte expansão, continuada no primeiro bimestre. Alguns fabricantes já começam a sentir o recuo dos clientes diante de financiamentos muito caros, como mostra a reportagem de capa desta AutoData. Ainda nesta edição mostramos que a vida dos exportadores brasileiros de aço e alumínio também está mais difícil com a adoção de sobretaxação nos Estados Unidos. A tarifa de 25% deve atingir por tabela alguns derivados como autopeças, prejudicando exportações e importações de componentes, causando inflação industrial no comércio bilateral. Apesar de ventos contrários ninguém nega que o País tem potencial para evoluir, especialmente na chamada economia de baixo carbono, como demonstram dois exemplos nesta edição: o avanço da reciclagem de plástico para produção de autopeças e as muitas alternativas ao diesel para caminhões e ônibus existentes no Brasil, elencados por estudo exclusivo da Power Systems Research preparado para AutoData. São leituras para tornar os pensamentos mais otimistas em um ambiente cada vez mais hostil.
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