48 Março 2025 | AutoData INDÚSTRIA » DESENVOLVIMENTO anos, criando cem empregos no Brasil e na Argentina. Alguns dos projetos já se encontram em estágio avançado e sistemas já começam a ser adotados por fabricantes de máquinas agrícolas, colheitadeiras e seus implementos. É o caso, por exemplo, do pulverizador inteligente de herbicidas, dotado de atuadores, câmaras e sensores desenvolvidos pela Bosch que identificam com precisão ervas daninhas e acionam a pulverização do defensivo somente onde é necessário, economizando recursos e reduzindo o uso de veneno. A localização do desenvolvimento de tecnologias no Brasil é um dos objetivos do NIB, destacou José Luis Gordon, diretor de desenvolvimento produtivo, inovação e comércio exterior do BNDES: “Para não perder mais talentos para o Exterior e criar desenvolvimento no Brasil MDIC e MCTI destinam R$ 3 bilhões para trazer ao País mais centros de desenvolvimento globais como este que a Bosch está instalando”. Considerando todos os aportes, de acordo com Perez, a estimativa é gerar cerca de 1 mil novos postos de trabalho nas operações brasileiras até 2027 – atualmente a companhia emprega em torno de 10 mil pessoas. DIESEL-ETANOL Outro destino do novo investimento financiado com fundos públicos é o desenvolvimento de um inédito motor híbrido diesel-etanol. Pioneira no desenvolvimento do sistema flex fuel, instalado atualmente em mais de 80% dos veículos leves no País que podem rodar com qualquer mistura de etanol e gasolina, a Bosch agora desenvolve uma nova tecnologia para transferir solução parecida para o motor diesel. A ideia é que os veículos possam ser abastecidos metade com combustível fóssil e outra metade com etanol. Alguns motores diesel usados já foram transformados e estão sendo testados pela Bosch, que em um primeiro momento desenvolve o sistema apenas para operações de veículos fora-de-estrada, com aplicações em colheitadeiras, locomotivas e caminhões ultrapesados que atuam em atividades de mineração. O sistema envolve a instalação de um módulo em motores diesel que começa a injetar etanol no propulsor a partir de regimes de rotações mais altas, podendo substituir até 50% do combustível derivado de petróleo. A solução também foi apresentada a Geraldo Alckmin e a Luciana Santos durante a cerimônia de anúncio dos novos investimentos. Perez destacou que o sistema permite uma grande economia de diesel: “Existem caminhões de mineração que consomem 1 milhão de litros de diesel por ano. Como o Brasil não é autossuficiente em diesel isto é algo que impacta na balança comercial. Reduzindo pela metade este consumo menos CO2 é emitido e mais etanol, produzido aqui, é consumido, gerando mais emprego e renda no País”. O presidente da Bosch disse que a aposta, neste momento, é fazer retrofits em motores usados. Nos próximos meses a solução deverá seguir para testes em campo e a ideia é que, até o fim do ano, a tecnologia esteja disponível para ser adotada por fabricantes de motores e de alguns veículos. Apresentação do motor híbrido diesel-etanol: desenvolvimento para veículos fora-de-estrada.
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