31 AutoData | Março 2025 três a quatro vezes mais caros do que similares a diesel, poucos incentivos, nenhuma legislação impositiva e infraestrutura de recarga insuficiente para compensar a densidade energética baixa das baterias, o que torna inviável o transporte de longa distância, que é o mais importante dos segmentos dos caminhões no Brasil. Sob estas condições os elétricos e híbridos serão viáveis e crescerão principalmente em aplicações de nicho, como portuárias, de ônibus urbanos e entregas de curta distância. >> CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL A HIDROGÊNIO – Esta solução para geração de eletricidade, por meio da reação do ar com o hidrogênio em um catalizador, tem sido testada com sucesso há mais de trinta anos para impulsionar veículos 100% elétricos. O maior problema está no custo da tecnologia que a torna economicamente inviável. A vantagem do hidrogênio sobre todas as outras alternativas é que o combustível não gera emissão de CO2 mas apenas vapor d’água, tanto na reação da célula como na combustão. É a substância mais abundante do planeta e pode ser obtida de várias fontes, com diferenças de emissões. O hidrogênio verde é isento de emissões porque é produzido a partir da eletrólise da água com uso de energia elétrica renovável, de usinas eólicas ou solares. O gás também pode ser extraído de outros combustíveis, como gás natural e etanol, e neste caso há pequena emissão de CO2. No caso de reforma do etanol ou metanol as emissões são bastante reduzidas. Estas múltiplas formas de obtenção tornam o Brasil o mais importante produtor de hidrogênio de baixa emissão no mundo. As principais barreiras para desenvolvimento da tecnologia para veículos pesados no País são a distribuição e o tanque de combustível do veículo, que requer altíssima resistência para armazenagem do gás líquido sob alta pressão. >> GERAÇÃO DE HIDROGÊNIO NO VEÍCULO – A Green Fuel tem testado com sucesso a produção de hidrogênio por hidrólise da água em um tanque instalado no cofre do motor do veículo. O gás é injetado no motor ao mesmo tempo que o diesel, enriquecendo a mistura e gerando menos CO2 na combustão. A tecnologia é relativamente barata, com retorno do investimento estimado em dois anos, e tem proporcionado aumento de eficiência energética da ordem 10%. >> MOTORES A HIDROGÊNIO – O hidrogênio também pode ser utilizado diretamente em motores a combustão, sem nenhuma emissão de CO2. A solução é mais eficiente do que as células de combustível no caso de veículos maiores de alta carga. A tecnologia é baseada na combustão usando propulsores ciclo otto, mas pode ser mudada para ciclo diesel, muito mais eficiente. A Tupy MWM é pioneira no Brasil na produção de motores a combustão a hidrogênio, inclusive no desenvolvimento de materiais resistentes à corrosão por hidrogênio. O mercado mais viável de adoção desta tecnologia no curto prazo é o da União Europeia, onde a legislação impõe severas reduções de emissões de CO2 em poucos anos. >> RENOVAÇÃO DE FROTA – A solução mais rápida e eficiente para reduzir emissões tóxicas e de CO2 não está em nenhuma das novas alternativas citadas acima mas na substituição de caminhões velhos por novos, com motores diesel que emitem menos gases porque são mais econômicos e equipados com sistemas de redução de poluentes. O estudo da PSR ressalta que, da frota circulante de 2,8 milhões de veículos comerciais pesados em circulação hoje no País, quase 500 mil são dotados de tecnologia de emissões anteriores à motorização Euro 3 – ou seja, praticamente sem controle algum –, outros 834 mil são Euro 3. Há 1,2 milhão de Euro 5 e apenas 190 mil Euro 6. Conclusão: “A simples retirada dos veículos mais velhos teria maior efeito de redução de emissões do que qualquer introdução de nova tecnologia”.
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