20 Março 2025 | AutoData MERCADO » CAMINHÕES financiamentos] está bem acima disso. Isto está freando o mercado, em todos os segmentos. A maioria dos transportadores está adiando suas decisões de compra. Só estão comprando caminhão ou renovando parte da frota aqueles clientes que realmente precisam do veículo imediatamente”. Atuando em faixa de mercado idêntica à da Volvo a Scania não observou tantos cancelamentos das vendas negociadas na Fenatran, mas tem percepção parecida sobre um ambiente mais difícil à frente, com menos recursos em caixa disponíveis para compra de caminhões, segundo avalia o diretor de vendas Alex Nucci: “O ano começou em compasso de espera, os negócios estão acontecendo em um ritmo menor se comparado a 2024. A taxa de juros elevada, com tendência de alta, se soma aos aumentos de preços do diesel, que impactam diretamente o custo operacional dos clientes”. Jefferson Ferrarez, vice-presidente de vendas e marketing de caminhões da Mercedes-Benz do Brasil, segue o mesmo raciocínio: “Com a alta da taxa de juros alguns segmentos foram impactados e alguns operadores estão postergando a compra de novos caminhões”. Ele cita o exemplo do varejo, especialmente mercadorias transportadas por veículos rodoviários de maior porte: “Os modelos extrapesados têm preços mais elevados e, então, qualquer variação na taxa do financiamento resulta em grande impacto no valor da parcela dos clientes”. Ainda assim a Mercedes-Benz, bem como todos os demais fabricantes de caminhões no País, trabalham com a projeção de estabilidade do mercado feita pela associação do setor: “Estamos em fase de revisão das projeções, mas até o momento mantemos o alinhamento com a Anfavea”. Nucci, da Scania, vai pelo mesmo caminho: “Naturalmente o mercado em 2025 será mais desafiador e com isso nossas projeções, sem dúvida, serão alteradas. Será um ano de menores volumes, mas ainda é cedo para fazer projeções. Acreditamos que após o fechamento do primeiro trimestre teremos céu mais claro de como deverá ser”. VENTOS CONTRA E A FAVOR Apesar do vento contrário dos juros Cavalcanti, da Volvo, avalia que o resultado não será de todo negativo: “Não significa que será um ano ruim, até porque, a se confirmar o desempenho atual, 2025 terá volumes maiores do que os de 2023, mas deverá ser inferior a 2024”. De modo geral a crença é de que embora os juros trabalhem contra o crescimento das vendas também existem motivos concretos para comprar caminhões, como a já citada supersafra de grãos que impõe necessidade de transporte de esAlouche, da VWCO: volta de grandes clientes à mesa de negociações. Nucci, da Scania: vendas acontecem em ritmo menor do que em 2024. Divulgação/VWCO Divulgação/Scania
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