16 FROM THE TOP/GM BRASIL 100 ANOS » ORLANDO MERLUZZI, MBCB Março 2025 | AutoData lá. Não temos como produzir aqui, não compensa, não tem escala. Alguns dos elementos nobres das baterias, como níquel, cobre, terras raras, cobalto, podem até ser extraídos aqui, mas a mineração custa caro e não se abre uma mina da noite para o dia com todos os impedimentos de meio ambiente que temos. E o processamento todo é feito na China, que domina 90% da cadeia de produção de baterias. Isto é o que chamamos de transferência de renda. Não é por aí, o Brasil não tem a condição de fazer investimentos tão elevados. No Brasil os carros flex, que são mais de 80% dos veículos em circulação, ainda usam mais gasolina do que etanol e o diesel domina completamente a energia dos caminhões e ônibus. Este cenário mostra que o País não está usando todo o potencial bioenergético que tem. O que fazer para destravar esse potencial? Primeiro separar emoção da razão. É uma questão de conscientização. Temos uma frota de cerca de 40 milhões de veículos e a maior parte deles é flex. Então nós já temos a solução para descarbonizar quase todos, é só usar etanol e conscientizar a população sobre isto. Os setores desenvolvidos têm de bater nessa tecla, a mídia especializada também. Hoje o Acordo de Cooperação Mobilidade Baixo Carbono para o Brasil reúne 28 participantes, mas a Anfavea, entidade que reúne os fabricantes de veículos, não está na lista. Existe alguma divergência? Nenhuma divergência. A Anfavea é nossa irmã e as portas estão abertas. Eles serão muito bem-vindos a hora que quiserem participar. Temos princípios e propósitos “ Com todos os problemas que a eletrificação apresenta eu diria que se Europa e China tivessem cana-deaçúcar e etanol ninguém estaria falando de veículos elétricos.”
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