14 FROM THE TOP/GM BRASIL 100 ANOS » ORLANDO MERLUZZI, MBCB Março 2025 | AutoData Um dos achados mais impactantes deste estudo é mostrar que, nos próximos trinta anos, se o País incentivar a produção dos chamados carros bioelétricos, os híbridos alimentados com etanol ou outros biocombustíveis, a indústria teria um aumento de faturamento de R$ 2,4 trilhões e o PIB ganharia R$ 878 bilhões. Por outro lado também mostra perdas de R$ 5 trilhões nas receitas e retração de quase R$ 2 trilhões no PIB caso a opção fosse por veículos elétricos a bateria. O Brasil caminha no sentido de aproveitar as vantagens do veículo bioelétrico e evitar as perdas do 100% elétrico? Sim porque já há consciência de qual é a melhor rota para o Brasil. Um estudo recente apresentado pela Anfavea, que projeta as rotas tecnológicas e demandas futuras de energia, de mobilidade, como as coisas aconteceriam, mostra que a melhor combinação é a dos biocombustíveis com as novas tecnologias de motorização e de eletrificação. Quando se combinam as duas coisas se tem o melhor cenário em qualquer situação. O nosso estudo também mostra isto. As perdas que ele apresenta estão relacionadas a uma agenda desalinhada com nossa realidade, como alguns projetos de lei, na gaveta mas ainda vivos, que obrigam o Brasil a produzir somente carros elétricos a partir de um determinado momento. Isto é um perigo, uma irresponsabilidade, quem faz isso evoluir no ambiente legislativo seguramente não sabe o que está fazendo, porque não compreende o impacto negativo de perda de empregos e de receitas, com a transferência de renda para outros lugares. Quero deixar claro: o carro elétrico é uma tecnologia espetacular e nós contamos com ela como parte da solução para a descarbonização, mas não é a única. Vamos fomentar aquilo que o nosso ambiente permite. Até porque o Brasil ainda não produz o principal componente de um carro elétrico, que é a bateria... Nós podemos produzir módulos e packs de baterias no Brasil e agregar valor com os sistemas de gestão e arrefecimento, mas as células continuarão sendo produzidas na Ásia, porque 90% dos cátodos, ânodos, eletrólitos são produzidos “ Descarbonização viável é fazer o País acompanhar e participar de tudo o que está acontecendo no mundo, sem se afastar das novas tecnologias, ao mesmo tempo em que valoriza toda a potência dos biocombustíveis que temos aqui. E transição energética justa é aquela que promove oportunidades de novos negócios com geração de emprego e renda.”
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