82 Fevereiro 2025 | AutoData A globalização, naqueles dias, já começava a comer pelas bordas e alguns já sabiam disto. A ideia era reformular o portfólio e lançar carros mundiais, como Vectra e o campeoníssimo Corsa, por exemplo, e construir novas linhas de montagem, adotar robôs de maneira massiva e modernizar as unidades produtivas. E construir novas. Não era pouca porcaria. Não me lembro de período mais feliz lá dos lados da Avenida Goiás, em São Caetano do Sul, SP. Rick e muitos amigos botaram as ideias no papel e nos mapas dos projetos e dos programas. Conseguiram o apoio de concessionários e fornecedores – e aí todo o espetáculo estava quase pronto para a chegada de Mark Hogan, em dezembro de 1992 – que nos anos seguintes teve até tempo para aprender a tocar tamborim e desfilar no carnaval do Rio de Janeiro na bateria da Portela. Rick dedicou o seu ano e meio na presidência da companhia, aqui, a estabelecer o plano de ação de que Mark seria o gestor. Coincidentemente os dois eram amigos velhos, da escola de economia, em Chicago. De volta aos Estados Unidos Rick levou consigo Volker Barth para cuidar das compras mundiais em Detroit, mas Hogan manteve equipe altamente dedicada ao projeto de fazer crescer a subsidiária no Brasil. Obteve o comprometimento também dos profissionais mais antigos e tornou-se amigo de André Beer, já vice- -presidente executivo da companhia. Abriu espaços para José Carlos da Silveira Pinheiro Neto, para Marcos Munhoz, para Pedro Luis Dias. Foi aquele, até a volta de Mark Hogan para Detroit, em junho de 1997, o período mais fora do padrão vivido pela companhia fundada por William Crapo Billy Durant, em 1908, e por Louis Chevrolet, a partir de 1911, e enriquecida por Alfred Sloan de 1923 em diante – inclusive com a ideia de internacionalização da General Motors que fundou a sua segunda subsidiária no Brasil, em 1925, tempos depois do Canadá. Após aquele período dos anos 1990 todos percebiam que a GM do Brasil era quase que uma nova companhia, mais livre das restrições dos black books e mais atenta, e aberta, às novidades. Mais disposta a arriscar de vez em quando. Aqueles seis anos valeram por duas vidas. André Beer e Vicente Alessi, filho GM BRASIL 100 ANOS » UMA HISTÓRIA Arquivo Pessoal
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