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71 AutoData | Fevereiro 2025 Bibi afirma que a GM não tem um plano específico para aumentar o índice de nacionalização: “É uma equação difícil de resolver. Quando o dólar passa dos R$ 6 muito acreditam que precisamos ampliar a nacionalização. Se a moeda americana cai para R$ 4, pronto, fala-se em trazer tudo de fora. Vivemos nessa gangorra mas devemos entender que nossos ciclos são longos e não tomamos decisões oportunistas de curto prazo. Até porque a cadeia de fornecedores também precisa se preparar com antecedência para o desenvolvimento de produtos mais competitivos”. A LIÇÃO DOS SEMICONDUTORES Nestes cenários de sobe e desce a GM conheceu as profundezas no período de pandemia causada pela covid-19. Em 2021 a empresa foi forçada a paralisar a linha de montagem da família Onix, seu carro mais vendido, por causa da falta de semicondutores, e assim perdeu a liderança do mercado brasileiro. Para o diretor de compras, no entanto, administrar problemas na cadeia de suprimentos sempre será uma tarefa sobre a mesa: “Enfrentamos essa crise e enfrentaremos outras, porque a cada 15 minutos aparece uma crise para resolver, seja por causa de pandemia, guerras ou chuva, como a que castigou o Rio Grande do Sul no ano passado. O tema semicondutores não nos causa mais tanta dor de cabeça, mas não significa, necessariamente, que estamos navegando em mares totalmente calmos”. Bibi avalia que o episódio da falta de semicondutores mostrou a importância de contar com uma cadeia de suprimentos resiliente e a GM passou a investir mais nesse perfil de fornecedor: “Temos uma equipe que investe muito tempo para escolher o parceiro certo, que apresente a mesma mentalidade que a nossa”. Para 2025 a GM anuncia o lançamento de cinco carros, incluindo modelos eletrificados. Para produzi-los a empresa desembolsa parte do ciclo de investimentos de R$ 7 bilhões, de 2024 a 2028, na aquisição de ferramental e modernização na manufatura. E, é claro, os fornecedores também se adequam para a chegada dos novos veículos híbridos e elétricos: “Precisamos estar na mesma sintonia para satisfazer o cliente. Se isso não acontece corremos o risco de perdê-lo para outra marca”. Condomínio industrial de Gravataí: à direita ficam dezessete fornecedores que enviam módulos e conjuntos pré-montados à linha de produção, bem ao lado.

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