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68 Fevereiro 2025 | AutoData Já em 1957 os caminhões Chevrolet contavam com cerca de 40% de componentes nacionais em peso graças aos motores produzidos em São José já com bom volume de matéria-prima nacional. Este foi o ponto de não-retorno para a formação definitiva de uma longa cadeia de suprimentos da GM no Brasil, que aumentou ou diminuiu sua participação nos Chevrolet produzidos no País de acordo com fatores econômicos, como a variação cambial e o ritmo de crescimento ou queda da produção, bem como a influência de políticas governamentais. DE FORA PARA DENTRO DA FÁBRICA Bibi pontua que ter os fornecedores como vizinhos do parque industrial sempre trouxe vantagens para os dois lados: “Todas as fábricas foram erguidas com a visão de fortalecer a cadeia de fornecedores locais, que acompanharam a expansão da GM. É uma história de construção em conjunto e cada veículo ajudou a desenvolver a indústria local e nossa rede de suprimentos”. Ao longo de sua história a GM formou uma consistente rede de fornecedores no País, que hoje chega a 1 mil parceiros, segundo Bibi. A empresa também contou com o suporte de algumas subsidiárias do grupo, como Delco e Delphi, que forneceram componentes elétricos e eletrônicos. Ambas foram desvinculadas nos anos 1990, quando a companhia passou a adotar a estratégia de não ter mais empresas próprias de suprimentos. Os anos 1990 também foram marcados pela falta de capacidade dos produtores brasileiros de autopeças de fornecer todos os componentes necessários à produção de carros mais modernos que começavam a ser lançados, levando ao aumento de importações e consequente queda dos índices de nacionalização. Para compensar este desequilíbrio muitas empresas de autopeças locais foram compradas por corporações que até hoje atuam no País. Na GM o reflexo inicial prático deste movimento resultou no lançamento do Vectra, em 1993, com apenas 60% de conteúdo nacional, índice que subiu para 70% três anos depois. Na mesma linha o Corsa foi lançado no ano seguinte com 30% de componentes importados, incluindo a transmissão vinda do Japão. Estava assim inaugurada a era do fornecimento globalizado, em que fabricantes de veículos e seus fornecedores buscavam componentes onde os custos fossem menores. Este novo cenário da parceria com os fornecedores também levou à criação dos sistemistas, responsáveis pela produção e pré-montagem de subconjuntos e módulos, que passaram a ser entregues diretamente às linhas de montagem com substancial redução de estoques, processos e custos para as montadoras, que aumentaram seus níveis de nacionalização com a transferência de parte das imporProdução do Coach brasileiro nos anos 1950: ônibus com 71% de matérias-primas e componentes comprados de 975 fornecedores no País, incluindo chapas de aço da CSN. Anúncio da GM em 1958: primeiro caminhão com 44% de componentes nacionais, em projeto de nacionalização aprovado pelo GEIA. GM BRASIL 100 ANOS » OS FORNECEDORES

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