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57 AutoData | Fevereiro 2025 de conjuntos soldados, que inicialmente abasteceram as fábricas no País e hoje enviam partes para reposição. As instalações da GM no País se estendem por outros dois endereços estratégicos, todos em São Paulo: o Campo de Provas da Cruz Alta, em Indaiatuba, primeiro do gênero no Brasil, inaugurado há cinquenta anos, fundamental para o desenvolvimento de produtos para o mercado nacional e também de outros países, com dezessete pistas de testes que somam extensão de 44 quilômetros e permitem simular sob diversas condições, em seis meses, o uso de um automóvel por dez anos ou 160 mil quilômetros. Também estão instalados no complexo sete laboratórios, para ensaios, medições e validações de emissões, elétrica, térmica, vibrações, segurança com crash test e estrutural. Já o Centro Logístico de Sorocaba abastece a rede de concessionárias e oficinas autorizadas com peças de reposição. Segundo Luís Mesa, vice-presidente de manufatura e relações trabalhistas da General Motors América do Sul, todas as operações industriais da companhia no Brasil estão modernizadas e em linha com as melhores práticas mundiais de manufatura automotiva, tanto em tecnologia quanto em conectividade: “Hoje nossas fábricas estão conectadas, elas se falam on-line. Todas são proativas e estão 100% alinhadas com a evolução tecnológica de manufatura da Indústria 4.0, em que o ambiente virtual é reproduzido no real. Também aplicamos ferramentas de inteligência artificial para aumentar a eficiência e na predição de eventuais falhas dos equipamentos”. EVOLUÇÃO RÁPIDA O desenvolvimento das fábricas da GM está diretamente relacionado aos muitos diversos ciclos de investimentos aplicados no Brasil, já a partir dos primeiros passos da sua trajetória aqui, que apenas dois anos após iniciar sua operação brasileira começou a construir, em 1927, sua primeira fábrica própria. Inaugurada em agosto de 1930 – cerca de trinta anos antes de o governo brasileiro lançar qualquer programa de incentivo à indústria automotiva – a planta de São Caetano do Sul é a mais antiga da empresa e do setor no País ainda em atividade. Nos primórdios tinha capacidade de fabricar duzentos veículos por dia, incluindo automóveis e caminhões Chevrolet e de outras marcas do grupo. Na sua inauguração a unidade de São Caetano – então um distrito de São Bernardo do Campo emancipado em 1948 – já contava com linhas de montagem para chassis e carrocerias, setores de pintura, estofamento e carpintaria, linha para construção de carrocerias de madeira para caminhões, sistema de prevenção de incêndios e até uma pista de testes. Nasceu ali também a preocupação com a qualidade dos produtos, tanto que uma grande equipe de auditores foi contratada para avaliar o resultado final de cada carro montado. Houve períodos de turbulência, provocados por incertezas econômicas e crises globais, como a eclosão da Segunda Guerra Mundial, que desacelerou o ritmo de crescimento e restringiu o fornecimento de peças importadas mas puxou o processo de nacionalização de peças, dando início ao parque local de fornecedores. Já em 1940 75% dos furgões e caminhões vendidos pela GM tinham carrocerias fabricadas localmente, montados sobre chassis e motores importados dos Estados Unidos. Com isto a empresa firmou posição como fabricante, atingindo, em 1942, a marca de 150 mil veículos montados. Durante o período da guerra a GM atendeu a demandas do governo dos Estados Unidos para montar, em São Caetano, veículos militares cedidos às Forças Armadas brasileiras. Mais de 1 mil caminhões, ambulâncias e semirreboques militares foram produzidos para atuar na área do conflito. Também foram produzidos 2 mil kits de gasogênio, que equiparam carros para rodar com gás extraído do carvão devido ao racionamento de gasolina na época.

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