42 Fevereiro 2025 | AutoData Nos anos 1980 e 1990 chegariam muitos mais Opel que seriam adaptados e transformados em Chevrolet brasileiros pelas mãos dos engenheiros locais, como o Monza – o primeiro carro de concepção global, vendido sob nove marcas e nomes diferentes no mundo todo e produzido com partes das diversas subsidiárias da GM –, seguido por Kadett, Omega, Vectra, Corsa, Astra, Zafira e Meriva. A cada um deles aumentava a participação da engenharia brasileira nos projetos, em movimento intensificado a partir de 1990, quando foi inaugurado o Centro Tecnológico de São Caetano do Sul. DA ADAPTAÇÃO À INDEPENDÊNCIA “A rica trajetória de adaptações mostrou para a matriz GM que tínhamos maturidade suficiente para desenvolver de forma consistente os modelos para o mercado da América do Sul”, observa Kremer. Esta independência começou a se consolidar na virada do século com o projeto Blue Macaw, ou Arara Azul, que resultou no subcompacto Celta, concebido para ser um dos carros mais baratos do País, que inaugurou a inovadora fábrica de Gravataí, RS, em 2000, com o conceito de trazer fornecedores para dentro do condomínio industrial, reduzindo sensivelmente os custos de produção. A partir de 2005 esta independência aumentou: a subsidiária brasileira foi oficialmente designada para abrigar um dos cinco centros de desenvolvimento da GM no mundo, responsável por liderar projetos globais de picapes médias, uma expertise assimilada pela engenharia nacional desde os primeiros tempos da companhia no Brasil com o lançamento de diversos modelos, como a S10. Também coube ao Brasil desenvolver toda a gama de carros para mercados periféricos, de renda menor. Assim nasceram Agile, Cobalt, Spin e Onix. A capacidade de projetar o veículo do início ao fim, no entanto, não descarta tarefas em conjunto. A nova picape Montana, lançada em 2023, é um dos exemplos recentes da sinergia das equipes de engenharia de Brasil e China, países que hoje abrigam dois dos quatro centros de desenvolvimento da companhia no mundo, como relata Kremer: “Estamos totalmente integrados com a engenharia dos outros países, que aprenderam a trabalhar de forma colaborativa. A troca técnica é muito grande e passamos a ter acesso, em primeira mão, a qualquer tecnologia que seja desenvolvida lá fora”. GM BRASIL 100 ANOS » A ENGENHARIA Pista de testes da Cruz Alta: maior campo de provas do Hemisfério Sul já tem cinquenta anos de história.
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