22 Fevereiro 2025 | AutoData importadas da matriz, mas logo precisou dobrar a aposta e escalou o ritmo, chegando a 1928 com 50 mil unidades produzidas. ESCALADA INDUSTRIAL A partir deste ponto o que se viu foi uma formidável escalada industrial e de lançamentos de novos produtos, que multiplicaram o acesso à mobilidade motorizada com preços mais acessíveis e puxaram a construção da cadeia automotiva nacional de fornecedores, com intensa busca pela nacionalização do que era necessário e possível ao longo dos anos. Já em 1927 a GM tomou a decisão de construir uma fábrica própria no Brasil, inaugurada em 1930 em São Caetano do Sul – hoje a unidade industrial automotiva em atividade mais antiga do País. Nos 95 anos seguintes o conglomerado produtivo da GM no Brasil foi centenas de vezes expandido, até chegar à composição atual de cinco fábricas que já produziram quase 20 milhões de veículos e produzem, por enquanto, sete carros e picapes, motores e componentes, empregando 14 mil pessoas – ou 13% da força de trabalho empregada em todas as montadoras instaladas aqui atualmente. Pode-se dizer que desde sua chegada, há um século, a GM foi abduzida pelo Brasil, incorporou-se ao cotidiano nacional e viveu intensamente todos os momentos históricos do País. Nestes 100 anos de vivência foram nove trocas de moedas, dos réis ao real, 35 presidentes da República, de Washington Luís a Luiz Inácio Lula da Silva, intermeados por duas longas ditaduras, as Diretas Já até a redemocratização, a construção de Brasília, cinco Copas do Mundo vencidas e muitas perdidas, uma dúzia de crises político-econômicas internas e externas, da quebra da Bolsa de Nova York em 1929, passando pela Segunda Guerra Mundial, o Milagre Econômico Brasileiro, as crises do petróleo dos anos 1970, a década perdida de 1980, a hiperinflação, a desvalorização cambial, até a recessão de 2016, tudo empacotado por duas dúzias de planos econômicos e industriais – incluindo os específicos para a indústria automotiva, do GEIA nos anos 1950 ao atual Mover de 2024. Houve momentos de grande prosperidade e igualmente de grandes depressões, incluindo a quase falência da corporação nos Estados Unidos, em 2009, ameaçando puxar todas as subsidiárias para o mesmo buraco. A GM reduziu seu tamanho no mundo, mas conseguiu se salvar e, depois de fechar fábricas pelo mundo, manteve aberta a subsidiária brasileira, que sempre adaptou bem seus produtos e sua estrutura no País às condições locais – e, diga-se, sem nunca ter fechado nenhuma das fábricas que abriu, ao menos até agora. Assim chegou ao seu primeiro centenário prometendo o próximo, como empresa multinacional que se tornou muito nacional. As páginas seguintes relatam esta memorável história e apontam o futuro. GM BRASIL 100 ANOS » A HISTÓRIA
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