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116 Fevereiro 2025 | AutoData MEMÓRIA » PERSONAGEM No dia 30 de janeiro encerrou-se uma vida dedicada ao jornalismo e aos jornalistas que cobrem o setor automotivo nacional, colegas conquistados pela admiração à gentileza peculiar, conversa afável, generosidade e comportamento sempre solidário. Assim foi Luiz Carlos Secco, o Seccão, que após 90 anos bem vividos permanecerá nas boas lembranças de alguns momentos daqueles que o acompanharam nos mais de sessenta anos na profissão que escolheu. Primeiro, em 1961, como repórter de esportes do Estadão, no qual logo passou para a cobertura de automobilismo e, em poucos anos, atravessou para o outro lado do corredor, no Jornal da Tarde, para integrar uma das primeiras equipes do Jornal do Carro. De tanto incomodar os fabricantes de veículos com seus furos, como o do Dodge 1800/Polara e da VW Brasília, só para citar dois de uma dezena de casos, em 1974 foi convidado a mudar de lado do balcão, contratado pela Ford para sua área de comunicação no Brasil – era o início de uma longa carreira como assessor de imprensa. Mas Secco nunca atravessou totalmente essa linha: antes de ser assessor de imprensa era muito mais assessor da imprensa. Nunca comunicou só o que mandavam as empresas que atendeu mas acrescentava informações aos colegas, algumas até off the record. Se precisasse escolher um lado, ficava com o do jornalista, mesmo que fosse contra o interesse da corporação que representava, e sem se Por Pedro Kutney Adeus ao mestre gentil Luiz Carlos Secco, o Seccão, deixa saudade e legado de competência, respeito e admiração no jornalismo automotivo Divulgação/Autoinforme importar qual era veículo em que o colega estivava – para Seccão todos eram importantes e mereciam o mesmo atendimento cordial e atencioso. Assim desenvolveu muitos laços de amizade que extrapolavam a relação profissional, com direito a abraços apertados e beijos, ligações nos aniversários ou só mesmo para elogiar – nunca para criticar – algum texto do amigo.

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