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60 Dezembro 2024 | AutoData INTERNACIONAL » GESTÃO A margem de lucro do ano passado foi inflada pelo faturamento de carros topo de linha aos concessionários que não tinham compradores para eles. A conta chegou este ano quando a Stellantis começou a tentar limpar os estoques, algo que se tornou ainda mais difícil diante da queda de 17% nas vendas nos Estados Unidos. Segundo dados da Co-Pilot divulgados pela Reuters os estoques da Ram 1500 e Jeep Wagoneer – duas das maiores fontes de lucros do grupo – chegam a 115 dias, ou vinte dias a mais do que concorrentes como Ford Expedition e Chevrolet Silverado. Assim a até então bem azeitada máquina de lucros engripou. Ao fim do terceiro trimestre, em 30 de setembro, a Stellantis emitiu um alerta ao mercado, avisando que a margem lucro operacional deste ano cairá para 5,5% a 7% – bem mais em linha com a realidade da indústria atualmente. Ou seja, a promessa de margens anuais de dois dígitos ficou impossível de ser cumprida diante de muitas marcas e falta de escala, e o mercado já precificou o prejuízo: as ações da Stellantis já caíram 38% nos últimos doze meses e os estoques deverão queimar algo em torno de € 10 bilhões do caixa da companhia. SUCESSÃO COM ESPECULAÇÕES Para preencher o vácuo de liderança e os problemas deixados por Tavares o presidente do conselho de administração John Elkann – herdeiro da família Agnelli, fundadora da Fiat e controladora de metade da Stellantis – nomeou um comitê executivo, presidido por ele mesmo ao lado de nove altos executivos do grupo, para dirigir a empresa até que seja escolhido um novo CEO, o que a empresa informa que deverá acontecer no primeiro semestre de 2025. Um dos membros escolhidos para o comitê executivo é um velho conhecido dos brasileiros: Antonio Filosa, que até o fim de 2023 presidiu a operação sul- -americana da Stellantis e antes da fusão

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