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58 Dezembro 2024 | AutoData INTERNACIONAL » GESTÃO com prejuízos à empresa, segundo fontes relataram à Bloomberg. PROMESSA IMPOSSÍVEL Quando assumiu como CEO da Stellantis, logo no começo de 2021, quando o mundo ainda enfrentava efeitos adversos da pandemia de covid, Tavares disse que o tamanho do grupo e suas diversas marcas eram as grandes forças da corporação, por isto não pretendia fechar fábricas nem demitir funcionários. Os primeiros balanços foram divulgados com lucros vistosos e o executivo garantia que o grupo estava preparado para qualquer tempo ruim, pois poderia sobreviver com metade do faturamento apresentado. Tudo foi tão bem e acima das expectativas que, em 2022, quando apresentou o plano estratégico da companhia, o Dare Forward 2030, Tavaves ousou fazer promessas que não conseguiu cumprir. A principal, para os ouvidos dos acionistas, é que entregaria margens de lucro operacional sobre o faturamento acima de 10% de 2024 a 2027, e superiores a 12% a partir de 2030, ao passo que a maioria das empresas desta indústria reporta algo de 4% a 6%, ou até menos em casos mais problemáticos. Apesar de ousada a promessa pareceu factível, pois sob Tavares a Stellantis reportou margem de 11,8% em seu primeiro ano de atividade, que subiu para vistosos 13,4% em 2022 e 12,8% em 2023. O problema é que estes resultados já se mostraram insustentáveis. Nos primeiros anos de atividade a crise de falta de chips, que pode parecer prejudicial, foi extremamente benéfica ao caixa da Stellantis. Como havia falta de produtos, mais demanda do que oferta, a empresa subiu os preços como quis e privilegiou os lucros, que de fato vieram fortes. Após a normalização do mercado ficou difícil sustentar esta estratégia, mas Tavares seguiu em frente com sua obsessão pelos lucros, pressionando fornecedores por corte de custos – com alguns casos que terminaram em tribunais da Europa e dos Estados Unidos –, ao mesmo tempo em que empurrava carros com preços altos aos concessionários. Foi assim que conseguiu fechar 2023 com o lucro líquido de € 19,5 bilhões – o segundo maior do mundo dentre as montadoras, só perdendo para a Toyota – mas os estoques subiram à casa de 1,5 milhão de veículos, segundo noticiaram agências de notícias.

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