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98 Novembro 2024 | AutoData Depois de registrar bom crescimento logo após a pandemia o mercado de máquinas agrícolas sofreu revés em 2024 e teve um ano de ventos contrários, de acordo com algumas das principais empresas produtoras do segmento. Mas o cenário não é igual para todas as máquinas: tratores estão conseguindo manter um certo volume de vendas e o ramo das colheitadeiras sofre mais. Estes dois tipos de máquinas representam os maiores volumes de vendas no Brasil. Paulo Maximo, diretor de serviços comerciais e planejamento de operações da CNH Industrial para a América Latina, dona das marcas New Holland e a Case IH, e Rodrigo Junqueira, diretor geral da AGCO na América do Sul, que reúne Massey Ferguson, Fendt e Valtra, revelaram que o mercado de tratores sofreu pouco em 2024 e deverá fechar o ano com vendas em torno de 46 mil unidades, empatando com 2023. O executivo da CNH Industrial relata alguns fatores que ajudaram na manutenção do segmento: “Por ser um ano eleitoral houve muita licitação das prefeituras e isto ajudou a manutenção das vendas. Também houve uma parte de produtores que migrou para tratores maiores em busca de mais rentabilidade nas suas operações e isto também fortaleceu a demanda”. Por Caio Bednarski Agronegócio estável e construção em alta Segmento agrícola deverá seguir ritmo parecido com o registrado em 2024 e o de construção civil seguirá em expansão Junqueira, da AGCO, segue na mesma linha, reforçando que as licitações tiveram peso importante ao longo de 2024: “As chuvas no Rio Grande do Sul também puxaram uma renovação de tratores, pois uma parte da frota foi perdida. A produção de cana-de-açúcar e café também ajudou no avanço da demanda”. Para 2025 o executivo da AGCO projeta um cenário um pouco melhor para os tratores, com vendas levemente acima de 2024, mas ainda abaixo de 2023, puxadas por uma produção em forte retomada nas regiões de cerrado, com clima mais favorável, o que deverá motivar mais investimentos em tratores maiores, mais rentáveis. Máximo, da CNH, acredita que o ano será estável para este tipo de máquina agrícola, com vendas próximas de 45 mil unidades. COLHEITADEIRAS Já o segmento de máquinas mais sofisticadas e caras, as colheitadeiras, sofreu mais em 2024 e deverá encerrar o ano com não mais do que 4 mil vendas, o que representa uma forte redução na comparação com 2023, quando foram vendidas 6,4 mil, de acordo com Maximo: “Está [este segmento] muito atrelado ao clima do País, que registrou seca muito forte em algumas regiões e muita chuva em outras. A isto se soma a taxa de juros para financiamentos, que está bem alta”. PERSPECTIVAS 2025 » MÁQUINAS

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