91 AutoData | Novembro 2024 RAZÕES PARA O CRESCIMENTO O ânimo do executivo para o ano que vem deriva do desempenho da empresa na Fenatran, feira realizada no início de novembro, quando já vendeu parte da produção de 2025, com encomendas planejadas de grandes frotistas, e também pela perspectiva de investimentos no País em setores como agronegócio, infraestrutura, construção civil e mineração. Não à toa Puchert espera crescimento do mercado de caminhões acima dos 15% este ano, e de 15% a 20% nas vendas de chassis de ônibus. “Apesar da perspectiva da manutenção ou aumento da taxa de juros a economia brasileira vem crescendo. O agronegócio, aliás, deve continuar sendo o grande puxador de vendas de caminhões, especialmente da nossa linha Actros. Também existe a intenção do governo federal de investir em veículos para defesa civil, o que pode movimentar o mercado.” Puchert disse que o consumo no varejo continua forte, demandando veículos tanto para o abastecimento de centros de distribuição e logística quanto unidades de última milha. Em sua visão caminhões pesados e extrapesados continuarão demandando bastante volume, respondendo por mais da metade das vendas totais. Os outros segmentos devem se manter equilibrados, em torno de 20% a 25%. Para o mercado de ônibus o ramo que mais deve se expandir é o de ônibus esco- “ Novos investimentos estarão direcionados ao desenvolvimento de motores a combustão, buscando mais eficiência tanto para diesel quanto biodiesel e, também, para eletrificação e novos serviços.” Achim Puchert, presidente Mercedes-Benz do Brasil lares – embalado pelo programa Caminho da Escola –, em torno de 50%, seguido de modelos urbanos, de 15% a 20%. Com isto o mix deverá ser urbanos com 40% do mercado, escolares com 24% e o restante dividido em micro-ônibus e modelos rodoviários para viagens e fretamento. ELETRIFICAÇÃO EM CURSO Para cumprir com seu quinhão na redução de emissões a Mercedes-Benz segue apostando no aperfeiçoamento dos motores diesel BlueTec 6 já empregados em sua linha de caminhões e ônibus, mas também busca a eletrificação. Desde 2023 já fabrica ônibus elétricos em São Bernardo, caso do modelo urbano eO500U e, a partir de 2026, o articulado eO500UA. Agora está iniciando testes com oito clientes selecionados, por um ou dois anos, em operações urbanas com quinze unidades de dois modelos de caminhões elétricos, sendo cinco pesados eActros importados da Alemanha e dez do leve eCanter que vêm da Fuso – marca japonesa que pertence ao Grupo Daimler Trucks. O plano, em 2025, é expandir os testes para trinta empresas e comparar o desempenho dos veículos com outros que já rodam na Europa e no Japão, assim como testar carregadores compatíveis. Antes disso dificilmente os modelos serão vendidos. Além dos caminhões em testes outros dois eActros 400 virão para a fábrica do ABC Paulista, para rodar na sua logística interna. Ainda no seu plano de descarbonização a empresa inicia em breve testes com caminhões para uso específico abastecidos com 100% de biodiesel, o B100: “Nossos caminhões já estão preparados para utilizar diesel verde e biodiesel até o B20, em linha com os novos limites previstos na Lei dos Combustíveis do Futuro”. Puchert ressalta que a pretensão é, a partir dos incentivos do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, investir em pesquisa e desenvolvimento que revertam em redução de consumo, eletrificação, conectividade, tecnologias de automação e segurança veicular.
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