81 AutoData | Novembro 2024 vendas está em 14%, mas a produção só cresce 7% em função das importações. Em 2024 as importações cresceram 36% de janeiro a setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. Este é um ponto de preocupação porque o mercado brasileiro está crescendo e a produção deveria crescer, no mínimo, no mesmo nível.” O presidente da Renault propõe, como a Anfavea, o retorno imediato do imposto de importação de veículos eletrificados aos 35%: “Os maiores mercados do mundo aumentaram o imposto de importação para veículos elétricos, como Estados Unidos a 102%, Canadá a 106% e Europa chegando até 45%. A retomada imediata do imposto de importação no Brasil a 35% é necessária, com cotas para quem fabrica no Brasil. O que nós queremos é uma competição em igualdade de condições”. PERSPECTIVAS DE MERCADO No ano passado, em entrevista à edição Perspectivas de AutoData, Gondo projetou crescimento mais modesto do mercado em 2024, na casa dos 5%. Com o desempenho registrado nos primeiros meses corrigiu sua expectativa para 11% até dezembro, somando 2 milhões 420 mil automóveis e comerciais leves vendidos no País. O desempenho do PIB brasileiro foi fator decisivo: ao fim do ano passado a “ A boa notícia é que em 2025 o mercado deverá continuar crescendo, em torno de 5% a 10% sobre 2024, em função da retomada da confiança do consumidor, motivada pela baixa taxa de desemprego. A taxa Selic é um ponto de atenção.” Ricardo Gondo, presidente Renault do Brasil Renault trabalhava com alta de 1,5% em 2024. A expectativa, após a revisão e o desempenho dos primeiros meses, mudou para 3,08%. E para 2025 a projeção, por enquanto, é de novo incremento de quase 2%. “A boa notícia é que em 2025 o mercado deverá continuar crescendo, em torno de 5% a 10% sobre 2024, em função da retomada da confiança do consumidor, motivada pela baixa taxa de desemprego. O controle da inflação também contribuirá positivamente e a taxa Selic é um ponto de atenção.” Gondo chama atenção, porém, para as condições da oferta de crédito no País. Embora as condições macroeconômicas – crescimento do PIB, controle da inflação, baixa taxa de desemprego – sejam positivas para 2025 a Selic não tem o mesmo viés: “Havia uma tendência de redução que na metade do ano se inverteu. A taxa atual não favorece o crescimento do mercado, considerando os veículos financiados”. Para a taxa básica de juros a Renault projeta redução, da média anual, de 11,4% em 2024 para 10,4% em 2025. Câmbio, no mesmo cálculo, de R$ 5,32 em 2024 para R$ 5,48 em 2025. E a inflação de 4,55% para 4%. OLHO NA BASE Ainda sem os pormenores da regulamentação do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, Gondo chamou a atenção para o tema eficiência energética. Embora considere importante a melhora na eficiência e da segurança nos veículos ele teme que as novas exigências possam puxar para cima o preço dos automóveis: “Não podemos tornar inviável o segmento de entrada do mercado brasileiro, o que poderia causar uma redução no mercado nos próximos anos”. Para a Renault, especialmente, a faixa de entrada de mercado é relevante: dos 92,5 mil veículos da marca emplacados de janeiro a setembro 38,9 mil foram do subcompacto Kwid, modelo que rivaliza com o Fiat Mobi o posto de zero-quilômetro mais barato do mercado .
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