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77 AutoData | Novembro 2024 5,50: “É preciso tomar cuidado com a [a legislação de emissões] L8, os juros e a flutuação do câmbio. A percepção é que estes três fatores não vão ajudar no crescimento contínuo que a indústria automotiva merece aqui no Brasil”. Há oportunidades para evoluir na negociação com os clientes, principalmente na modalidade financiamento, de acordo com o executivo. A carteira da Hyundai está dividida em 45% de vendas financiadas e 55% de pagamentos à vista: “Em 2012, 2013, que foi nosso recorde no mercado brasileiro, tínhamos 70% das vendas por financiamento. Então percebemos o potencial de crescimento, mas o acesso ao crédito, as altas taxas de juros, tudo isso inibe bastante o consumidor na decisão de tomar empréstimos para a compra de veículos”. PRODUÇÃO COM MAIS EXPORTAÇÃO Com relação aos planos de produção para 2025 a Hyundai fará muitas contas para definir qual será o mix ao longo do ano. Isto porque, além da chegada de nova geração do SUV Creta, que pode atrair ainda mais clientes, haverá programa de exportação do HB20 para o mercado argentino. A fábrica de Piracicaba está trabalhando em três turnos ocupando toda a capacidade de 200 mil unidades por ano, produzindo as carrocerias sedã e hatch “ É preciso tomar cuidado com a [legislação de emissões] L8, os juros e a flutuação do câmbio. Estes três fatores não ajudarão o crescimento contínuo que a indústria automotiva merece aqui no Brasil.” Airton Cousseau, presidente Hyundai América do Sul e Central do HB20 além do Creta. Deste volume 14 mil são destinados à exportação para Colômbia, Paraguai, Uruguai e Argentina – que recebe até este ano apenas o Creta. “No ano que vem ampliaremos o volume de exportação com o início da venda do HB20 na Argentina”, assinala Cousseau. “O HB20 é um produto bastante esperado por lá, mas iremos com cautela porque o importador precisa ter dólar para levar nossos carros e, também, temos de equilibrar a demanda do mercado interno. Acho que teremos disponível algo entre 1,5 mil e 1,8 mil unidades para os argentinos em 2025.” Mais: “A exportação é muito importante porque possibilita um equilíbrio natural em nossas operações em dólar”. LANÇAMENTOS Dentre as seis novidades que a Hyundai prepara para 2025 duas podem ser montadas pelo parceiro Caoa em Anápolis, GO. Nesta nova fase da sociedade das duas empresas muita coisa mudou, facilitando a tomada de decisão da Hyundai sobre quais produtos comercializar e produzir no País. Ainda não foi revelado quais serão os modelos nacionalizados, no entanto está confirmado que a produção será em regime CKD, com kits importados da Coreia do Sul para serem montados aqui. Com relação à utilização de novas tecnologias de propulsão Cousseau garante que a Hyundai será uma das protagonistas. A regulamentação do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, considerada “uma política espetacular que trará um avanço muito grande para a indústria automotiva brasileira”, será utilizada em “tudo aquilo que a gente puder”. Cousseau destaca a utilização do hidrogênio, combustível com o qual a Hyundai tem larga experiência: “O Brasil tem todas as condições de gerar hidrogênio verde a partir do etanol. Já temos caminhões que rodaram mais de 10 milhões de quilômetros e também automóveis que utilizam o hidrogênio. Esta tecnologia reúne no Brasil o poder público, a universidade, a iniciativa privada e os donos de postos em um futuro que eu vejo ser totalmente possível”.

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