73 AutoData | Novembro 2024 economia global de uma mudança de poder nos Estados Unidos. Tudo isto terá impacto nos juros e no câmbio no ano que vem. Mesmo assim Chamorro projeta que em 2025 o Brasil tenha um crescimento econômico de “quase 2%” no seu Produto Interno Bruto. “Acreditamos que é preciso aproveitar o impulso dos fundamentos que levaram o Brasil a crescer este ano. Este será o caminho em 2025, com a expectativa de que os juros voltem a uma tendência de queda e que o câmbio fique em R$ 5,60 a R$ 5,70. Temos a perspectiva de uma indústria que continua crescendo, na nossa opinião, de 3% a 5%, atingindo um nível de 2,7 milhões a 2,8 milhões de unidades vendidas.” CRESCIMENTO IMPORTADO Um ponto de atenção levantado por Chamorro é justamente sobre a participação dos importados nas vendas este ano. Pelos seus cálculos o incremento nas vendas é de 200 mil unidades sobre o ano passado, quase o mesmo volume de modelos importados este ano. “Boa parte do crescimento das vendas do Brasil veio dos produtos importados, fundamentalmente da China. Então, o que esperamos para o ano que vem é uma fotografia um pouquinho diferente”, afirma. “ Imaginamos que em 2024 sejam negociados algo como 2,6 milhões a 2 milhões 650 mil, um volume superior ao ano passado. Boa parte desse impulso tem a ver com os fundamentos da economia, que estão um pouco melhores.” Santiago Chamorro, presidente GM América do Sul “Estamos pedindo ao governo para subir rapidamente o imposto de importação para 35% para fortalecermos a indústria e proporcionar que o crescimento das vendas venha a partir do incremento da produção local, que não evoluiu tanto assim em 2024.” Outro fator que pode melhorar o desempenho da produção no ano que vem é a recuperação dos mercados regionais. Mesmo com o crescimento da participação dos veículos chineses nos países vizinhos Chamorro acredita ser possível recuperar as exportações: “Com excepção do Brasil todos os mercados da América do Sul caíram em 2024. Para 2025 confiamos que esses mercados comecem a ser retomados, parece ser o indicador na Argentina, no Chile e no Peru. Desta forma temos o prognóstico de crescer as nossas exportações em cerca de 10%”. PRÓXIMOS PASSOS Em meio ao centenário e aos desafios nos mercados regionais a GM trabalha intensamente no seu ciclo de investimentos, que terá um modelo global inédito em seu portfólio desenvolvido aqui até 2028. Este veículo será produzido em Gravataí, RS, que recebeu R$ 1,2 bilhão. Dos R$ 5,5 bilhões que foram destinados para as fábricas paulistas está incluído o trabalho da engenharia local no desenvolvimento do sistema híbrido flex. Trata-se de um feito inédito no universo da GM, que até pouco tempo dizia que o seu futuro seria exclusivamente elétrico. Serão dois veículos híbridos flex lançados em 2025 e 2026, provavelmente com eletrificação leve. A GM também está pesquisando no Brasil sistema híbrido plug-in aliado ao motor flex. Sobre estes próximos passos Chamorro está aguardando as definições do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação: “Está faltando a regulamentação para que possamos ter um pouco mais de clareza. Fala-se bastante do IPI verde, que nos parece um mecanismo interessante, mas também queremos ver como ficará, finalmente, a regulamentação”.
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